Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise

Dia de confrontos no Egito deixa mais de cem mortos

Informação oficial do Ministério da Saúde do país é de que 149 pessoas morreram e 1.403 ficaram feridas nos choques em várias províncias egípcias

Multidão de manifestantes marcha pelas ruas do Cairo | Reuters/Mohamed Abd El Ghany
Multidão de manifestantes marcha pelas ruas do Cairo (Foto: Reuters/Mohamed Abd El Ghany)
Manifestante observa o avanço dos policiais da tropa de choque no Cairo |

1 de 8

Manifestante observa o avanço dos policiais da tropa de choque no Cairo

Policial atira contra os manifestantes pró-Mursi |

2 de 8

Policial atira contra os manifestantes pró-Mursi

Bombas de gás foram lançadas pelas forças de segurança para dispersar o protesto |

3 de 8

Bombas de gás foram lançadas pelas forças de segurança para dispersar o protesto

Policiais despejam os acampamentos de seguidores do presidente deposto |

4 de 8

Policiais despejam os acampamentos de seguidores do presidente deposto

Máquina com uma foto de Mursi é abandonada pelos manifestantes |

5 de 8

Máquina com uma foto de Mursi é abandonada pelos manifestantes

Cenas de destruição e repressão foram vistas na capital do país |

6 de 8

Cenas de destruição e repressão foram vistas na capital do país

Mulher com trajes muçulmanos é escoltada por policiais |

7 de 8

Mulher com trajes muçulmanos é escoltada por policiais

Manifestante ferido desmaia pelas ruas do Cairo |

8 de 8

Manifestante ferido desmaia pelas ruas do Cairo

Forças de segurança do Egito acabaram nesta quarta-feira com um acampamento de milhares de manifestantes que defendem o presidente deposto Mohamed Mursi, matando muitas pessoas, no dia mais violento das últimas décadas no maior país árabe do mundo.

O Ministério da Saúde disse que 149 pessoas foram mortas, tanto no Cairo como em confrontos que se espalharam por outras cidades do país. A Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi, disse que o total de mortos era muito maior, no que descreveu como um "massacre".

Veja mais fotos do dia de violência no Egito

Enquanto dezenas de corpos eram carregados para um necrotério perto da mesquita de Rabaa al-Adawiya, o governo apoiado pelas Forças Armadas declarou estado de emergência por um mês, devolvendo ao militares os poderes ilimitados que mantiveram por décadas antes de uma revolta pró-democracia em 2011.

O vice-presidente interino do Egito, Mohamed ElBaradei, renunciou ao cargo em protesto contra a repressão. Em carta-renúncia enviada ao presidente interino, Adly Mansour, ElBaradei disse que "os beneficiários do que aconteceu hoje são aqueles que pedem por violência, terrorismo e os grupos mais extremistas".

As forças de segurança agiram durante a madrugada para acabar com um acampamento de seis semanas no Cairo de apoiadores de Mursi. As tropas abriram fogo contra os manifestantes, em confrontos que causaram o caos em algumas áreas da capital e polarizaram ainda mais a população de 84 milhões de pessoas do Egito, entre aqueles que apoiam Mursi e os milhões que se opuseram ao seu breve governo.

A tropa de choque da polícia, usando máscaras de gás, aproximou-se agachada atrás de veículos blindados pelas ruas ao redor da mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste do Cairo, onde milhares de apoiadores de Mursi mantinham uma vigília.

A violência se espalhou para além da capital, chegando às cidades no delta do Nilo de Minya e Assiut e à cidade na costa setentrional de Alexandria.

"Eles chegaram às 7h da manhã. Helicópteros por cima e tratores embaixo. Abriram caminho através de nossas paredes. Policiais e soldados atiraram gás lacrimogêneo contra crianças", disse o professor Saleh Abdulaziz, de 39 anos, enquanto estancava um sangramento na cabeça.

"Eles continuaram a disparar contra os manifestantes, mesmo quando pediam para parar."

O Ocidente, em especial os Estados Unidos, que concedem aos militares egípcios 1,3 bilhão de dólares por ano, tem se alarmado com a recente onda de violência. Nesta quarta-feira, a União Europeia exortou as forças de segurança a mostrarem a "máxima moderação" no país que tem um tratado de paz com Israel e controla a vital hidrovia do Canal de Suez.

Militares apertam controle

A ação para acabar com os acampamentos parece frustrar as esperanças restantes de trazer a Irmandade Muçulmana de volta ao palco político central e destacou a impressão compartilhada por muitos egípcios de que os militares apertaram o controle.

A operação também sugere que o Exército perdeu a paciência com os persistentes protestos que imobilizavam partes da capital e retardavam o processo político.

Tudo começou logo após o amanhecer, com helicópteros sobrevoando os acampamentos. Tiros foram disparados enquanto os manifestantes, entre eles mulheres e crianças, fugiam de Rabaa, e a fumaça subiu sobre o local. Veículos blindados avançaram ao lado de tratores que começaram a derrubar as tendas.

O governo, que prevê novas eleições em cerca de seis meses para devolver o regime democrático ao Egito, instou os manifestantes a não resistir às autoridades, acrescentando que os líderes da Irmandade Muçulmana devem parar de incitar a violência.

Violência no Egito

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.