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 Brendan Smialowski e Mandel Ngan
| Foto: AFP PHOTO / Brendan Smialowski e Mandel Ngan

Imprevisível. É essa a palavra mais usada pelos americanos ao avaliar o que ocorrerá nas eleições presidenciais desta terça-feira (8). Apesar das diferentes pesquisas de opinião apontarem uma pequena vantagem para a democrata Hillary Clinton, o chamado ‘voto envergonhado’ ao republicano Donald Trump – pessoas que votam nele, mas têm vergonha de se manifestar –, pode ser o trunfo do candidato.

Nos últimos dias, os democratas afirmaram terem feito mais de 4 milhões de ligações para pedir votos para Hillary, além visitar pessoalmente 6 milhões de residências. Já os republicanos não têm a mesma força de mobilização para Trump, mas estão se movimentando nos bastidores, principalmente nas comunidades em que podem conseguir mais votos – pessoas brancas, de baixa escolaridade, descontentes com a economia do país, e grupos religiosos, contrários ao aborto e a outras questões que Hillary defende. Independentemente das pesquisas, tudo pode acontecer, já que muitas dessas enquetes se baseiam em avaliar o número de democratas ou republicanos que votaram, e não em perguntar a eles quem realmente escolheram.

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“As pesquisas, mostram, em geral, o número de eleitores de um determinado partido que já votaram ou vão votar, mas nem sempre há uma conexão entre ser republicano e votar no candidato republicano, e vice-versa”, explicou Michael J. Lenaghan, professor de Ciências Sociais do Miami-Dade College, em um evento para jornalistas brasileiros que acompanham o pleito.

Um dos sites mais acessados nesses últimos dias é o “538”, que reúne informações sobre intenções de voto por estado, com atualizações a cada hora. Ao mesmo tempo, os americanos estão buscando no Google 2,3 vezes mais a expressão “how to vote” (como votar) em comparação com 2012. Tudo isso leva a crer que a participação dos americanos nessas eleições, que não é obrigatória, deverá ser maior se comparada com outras.

Do total de 227 milhões de pessoas com direito a votar nos Estados Unidos, 146 milhões fizeram o registro necessário até 20 de outubro. Só esse registro é 16% maior do que o número de pessoas que votaram em 2012, 126 milhões. Desses 146 milhões, 22 milhões já tinham votado pelo correio ou em urnas nos estados em que isso é permitido. “Só aqui na cidade de Philadelphia, recebemos 227 mil pedidos de registro de voto depois das primárias”, disse Tim Dowling, comissário-adjunto da cidade de Philadelphia.

Para terça-feira (8), estima-se que muitos americanos que em geral não estão atentos com as eleições saiam de casa para votar. “Essa é uma forte tendência, pelo perfil dos dois candidatos, mas não se pode confirmar nada, temos de esperar as eleições para ver se isso realmente deverá acontecer”, ponderou Mark Hugo Lopez, diretor de pesquisas no instituto Pew Research Center.

Urna eletrônica é segura, garante autoridade da Philadelphia

Muitos estados americanos utilizam urnas eletrônicas nas eleições. Os outros dois processos possíveis são os cartões de furar e outros de leitura ótica. Após o candidato republicano Donald Trump insinuar que as eleições poderiam ser fraudadas, especialistas e agentes do governo se manifestaram em defesa da lisura do processo eleitoral.

“As urnas eletrônicas são totalmente seguras”, afirma Tim Dowling, comissário-adjunto da cidade de Philadelphia, que trabalha para o governo nas eleições há 25 anos. “A tentativa de fraude está mais na hora dos registros, em que até ‘mortos’ aparecem para votar do que no processo em si, mas isso é fácil de identificar e corrigir. Não existe risco real dessas eleições serem fraudulentas”, garantiu.

*A jornalista acompanha o processo eleitoral nos Estados Unidos pelo programa Reporting Tour Election.

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