
A disputa pela guarda do filho do americano David Goldman com a estilista carioca Bruna Bianchi, que morreu ano passado, foi destaque na edição desta sexta-feira (13) do jornal americano "Washington Post". Na reportagem "Briga por menino de 8 anos ameaça relação entre Estados Unidos e Brasil", o jornal afirma que a disputa pelo menino passou de briga judicial para uma disputa política entre Brasil e Estados Unidos, e afirma que o Brasil é, atualmente, o quinto país do mundo com mais casos de descumprimento do Tratado de Haia envolvendo filhos de americanos. De acordo com o jornal, o Departamento de Estado americano considera o Brasil um país que possui um padrão de desrespeito ao Tratado de Haia.
A reportagem do jornal americano afirma ainda que o caso não chega a se comparar com caso do menino cubano Elián González, que ficou no meio de uma disputa judicial envolvendo sua guarda, em 2000. Apesar disso, o jornal afirma que história já começou a chamar atenção desde a morte de Bruna, no ano passado. Eles apostam que o principal tópico do encontro entro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama será esse. O assessor da presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, no entanto, disse que o presidente Lula não pretende falar sobre a disputa pela guarda da criança durante o encontro, que ocorrerá no sábado, em Washington. A ordem é evitar um tema polêmico.
Manifestantes influem na disputa por guarda de filho de americano
O jornal, que afirma em sua reportagem, que o menino foi trazido ao Brasil por Bruna, em 2004, sem autorização do pai, lembra que enquanto no Brasil apenas recentemente o caso foi noticiado - devido ao segredo de Justiça - nos Estados Unidos a história está preocupando altas instâncias do governo, e passou a ser vista com preocupação. Na quarta-feira, o Congresso dos Estados Unidos aprovou, por unanimidade, uma resolução que exige a devolução da custódia do menino.
Entre os leitores do site do Washington Post, as opiniões ainda estão divididas. Enquanto alguns acreditam que a guarda do menino deve ficar com o pai biológico, outros chamam atenção para a adaptação do garoto e os reais motivos da mãe para ter trazido ele ao Brasil. Alguns comentários, no entanto, incitam o racismo contra latinos, ressaltam a violência no Rio de Janeiro, além de pregar o boicote aos produtos brasileiros.
Protestos no Brasil e nos Estados Unidos
A disputa pela guarda do menino vai ganhar as ruas neste fim de semana. Enquanto o grupo que mantém um site bilíngue de apoio a Goldman organiza uma manifestação neste sábado em frente à Casa Branca, em Washington, durante o encontro entre os presidentes Lula e Barack Obama, os amigos do padrasto do menino, João Paulo Lins e Silva, começaram a recrutar simpatizantes para uma passeata pela orla, domingo (15), no Rio.
Veja o site do pai biológico em português
Em um email que está sendo amplamente repassado pela internet, o advogado Leonardo Pimenta, amigo de João Paulo, assina a convocação para a passeata na orla de Copacabana. Na mensagem eletrônica Pimenta faz uma exposição do caso, e convoca as pessoas a usarem roupas brancas e se concentrarem às 8h em frente ao Hotel Marriott, em Copacabana, onde está hospedado Goldman, que nesta quinta teve o primeiro de uma série de quatro encontros com o filho.
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