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Câmera aguarda diante da embaixada americana, em Pequim | Goh Chai Hin/AFP
Câmera aguarda diante da embaixada americana, em Pequim| Foto: Goh Chai Hin/AFP

Os Estados Unidos e a China estão negociando um acordo para garantir asilo em território americano ao dissidente cego Chen Guangcheng, que fugiu recentemente da prisão domiciliar, informou ontem o grupo de direitos humanos ChinaAid, com sede no Texas.

O acordo poderá ser fechado antes mesmo da chegada à China da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, esta semana, segundo o ativista Bob Fu, do ChinaAid.

"Os principais líderes chineses estão discutindo uma decisão a ser tomada muito em breve, talvez nas próximas 24 a 48 horas", disse Fu, citando uma fonte próxima aos governos americano e chinês. "Ambos os lados estão ansiosos para resolver essa questão", disse.

Cegado por uma febre na infância, Chen é um advogado autodidata que ganhou notoriedade mundial por expor esterilizações forçadas e abortos tardios sob a "política do filho único" da China e por usar seu conhecimento legal para ajudar as pessoas a lutarem contra outras injustiças. Há mais de uma semana, Chen escapou da prisão domiciliar num vilarejo rural para, segundo ativistas, ficar sob a proteção de diplomatas americanos em Pequim. A fuga gerou uma delicada crise diplomática entre a China e os EUA.

A embaixada americana se recusou a comentar sobre a situação de Chen ou conversas que envolveriam Kurt Campbell, secretário assistente de Estado para assuntos do Leste Asiático e Pacífico.

A aparente falta de von­­ta­­de do ativista Chen Guang­­cheng em deixar a China pode complicar as negociações entre Washington e Pequim a respeito de seu destino, já que difere dos pedidos anteriores de dissidentes que buscaram ajuda norte-americana.

Autoridades chinesas continuam a investigar a fuga do ativista. Ontem, eles libertaram o ativista e intelectual Guo Yushan, que afirma ter ajudado na fuga de Chen.

"Eles fizeram todas as­­ perguntas sobre Chen Guang­­cheng e quiseram todos os detalhes sobre sua fuga", disse Guo, afirmando que a polícia o manteve por 50 horas para um processo de interrogatório que, segundo ele, foi longo, mas civilizado.

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