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(FILES) This file photo taken on June 2, 2019 shows buildings at the Artux City Vocational Skills Education Training Service Center, believed to be a re-education camp where mostly Muslim ethnic minorities are detained, north of Kashgar in China’s northwestern Xinjiang region. – Leaked government documents outlining the need to “prevent escape” and “strictly control” detainees in China’s vast network of internment camps in Xinjiang have revealed new details that refute Beijing’s defense of what it calls ‘vocational education centres’ in the northwest region, experts say. (Photo by GREG BAKER / AFP)
Instalação de confinamento na região de Xinjiang, na China, que segundo documentos revelados anteriormente é um campo de doutrinação forçada| Foto: GREG BAKER / AFP

Um documento vazado recentemente e divulgado nesta segunda-feira (17) revela como a China monitora e detém centenas de milhares de muçulmanos da etnia uigur em centros vigiados na região de Xinjiang, noroeste do país. Os dados indicam que o Estado chinês persegue os uigures por sua cultura e religião.

O documento, de 317 páginas, traz relatos do confinamento de 311 indivíduos, com detalhes sobre as suas práticas religiosas, e também registra informações sobre mais de 2 mil familiares, amigos e vizinhos das pessoas detidas, segundo reportagens da BBC, CNN e Deutsche Welle, que obtiveram o banco de dados.

As informações registradas no documento incluem como as pessoas se vestem, com que frequência rezam, com quem têm contato e como os seus familiares se comportam.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 1 milhão de uigures estão detidos em campos secretos na China. A população da minoria no país é estimada em 10 milhões. Pequim sempre negou qualquer violação aos direitos humanos e afirma que as prisões são necessárias para combater o terrorismo e o extremismo religioso.

Segundo a CNN, alguns dos motivos que justificam as detenções de uigures foram a prática ilegal de orações, usar um véu no rosto, ter uma longa barba, ter uma esposa que veste véu no rosto, possível radicalização de familiares com tradições religiosas, entre outros.

Uigures também foram detidos por outros motivos, além dos relacionados à religião muçulmana, como possuir passaporte sem ter viajado a outro país e ter mais filhos do que o permitido pelo governo da China.

Segundo a Deutsche Welle, quase nada no documento sugere que as medidas tomadas contra os uigures têm o objetivo de combater o terrorismo, como alega Pequim. Por exemplo, apenas três pessoas da lista de prisioneiros têm registros de ligações com o Hizb-ut-Tahrir, uma organização extremista que também é proibida em países ocidentais.

A China descreve os campos como "centros de educação vocacional" com o objetivo de afastar as pessoas do terrorismo e reintegrá-las à sociedade.

Conteúdo editado por:Helen Mendes
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