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O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu ao Irã, na quinta-feira, que pare de expandir seu programa de enriquecimento de urânio a fim de não aprofundar ainda mais o impasse do país com algumas das potências mundiais.

Essas potências exigem dos iranianos que paralisem totalmente seu programa.

Mohamed ElBaradei, diretor da AIEA (agência ligada à Organização das Nações Unidas, ONU), disse que o impasse entre o Irã e o Conselho de Segurança da ONU encaminhava-se para uma confrontação, mas ressaltou que uma guerra contra o país islâmico seria um "ato de loucura".

Em declarações dadas no final de um encontro da AIEA que não produziu avanços na questão iraniana, ElBaradei também afirmou que o Irã continuava a aperfeiçoar sua tecnologia de enriquecimento, mas que não havia provas sobre a alegação do país de que havia superado todas as dificuldades técnicas encontradas até agora.

O Irã diz ter por meta refinar urânio até o nível necessário para utilizá-lo na produção de eletricidade, e não até o nível (mais alto) necessário para usá-lo na fabricação de bombas. Mas o fato de o governo iraniano ter escondido seu programa durante anos e o fato de ter dificultado as investigações da AIEA alimentam suspeitas.

Em vez de suspender o programa de enriquecimento, conforme exigido pelo Conselho de Segurança, o Irã ampliou-o, levando potências da União Européia (UE) a advertirem na quarta-feira sobre a possibilidade de o país sofrer sanções ainda mais duras. O Irã já foi alvo de duas resoluções do Conselho de Segurança contendo sanções.

"Neste momento crítico, peço ao Irã, mais uma vez, que adote uma moratória voluntária quanto a sua capacidade de montagem na área das centrífugas", afirmou ElBaradei.

O chefe da AIEA referia-se à instalação subterrânea de Natanz, onde o país pretende montar uma estrutura capaz de produzir combustível nuclear em "escala industrial".

ElBaradei mostrou-se preocupado com a situação. "Se continuarmos avançando na direção atual, continuaremos avançando rumo a uma confrontação", disse. "Isso seria algo catastrófico."

No mês passado, o chefe da AIEA deixou os EUA e a UE furiosos ao afirmar que o Irã havia dominado o processo básico de enriquecimento de urânio e que eles deveriam considerar a possibilidade de negociar um mecanismo capaz de impedir os iranianos de produzir material atômico em escala industrial.

Na quinta-feira, o embaixador do Irã junto à AIEA advertiu que o país poderia repensar sua cooperação atual com os inspetores da agência caso seja atingido por sanções mais duras da ONU.

Ali Asghar Soltanieh disse que os iranianos haviam dominado a tecnologia de enriquecimento de urânio e que as potências mundiais deveriam aceitar esse fato em vez de tentar impedir os avanços do país por meio de sanções.

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