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O futuro político do miserável Haiti parece indefinido na segunda-feira, após a realização na véspera de eleições que acabaram marcadas por protestos do eleitorado e da maioria dos candidatos.

A comunidade internacional tem diante de si a difícil decisão de dar ou não seu aval à eleição, que foi confusa na melhor das hipóteses, ou fraudada, na pior. Isso pode complicar os esforços pela criação de um governo estável e legítimo no país, que foi devastado por um terremoto em janeiro e agora enfrenta uma epidemia de cólera.

Autoridades eleitorais locais qualificaram o pleito como bem sucedido, a despeito da indignação popular com os problemas na seções de votação. Em nota conjunta, 12 dos 18 candidatos denunciaram "fraude maciça."

Na segunda-feira, pelo menos mais dois candidatos se juntaram aos protestos, segundo uma rádio local. Isso deixou Jude Celestin, candidato da coalizão governista Inité (Unidade), praticamente isolado na defesa da legitimidade do processo.

Celestin desponta como um dos favoritos, ao lado da ex-primeira-dama Mirlande Manigat e do cantor Michael "Sweet Micky" Martelly - os quais aderiram à petição pelo cancelamento da eleição.

Não havendo um favorito claro, o mais provável é que os dois mais votados se enfrentem num segundo turno em 16 de janeiro.

Tensão nas ruas

No centro da capital, Porto Príncipe, a incerteza e as tensões são elevadas. As dilapidadas ruas da cidade estão agora tomadas por cartazes eleitorais e, em algumas ruas, por cédulas eleitorais em branco.

Cerca de cem manifestantes fizeram uma passeata perto do palácio presidencial, arruinado no terremoto de janeiro. A polícia local e soldados da ONU em blindados acompanharam tudo à distância.

No domingo, milhares de pessoas haviam participado de protestos, queixando-se de dificuldades para votar. Outras duas cidades também registraram distúrbios.

"Realmente não entendemos o que está acontecendo com esta eleição, porque ainda estamos esperando o resultado," disse o eleitor Fritz Etienne. O Conselho Eleitoral Provisório disse que deve levar até uma semana para anunciar os resultados preliminares.

A Minustah (força de paz da ONU no país) e a missão de observadores eleitorais da Organização dos Estados Americanos/Comunidade Caribenha disseram que ainda estão colhendo informações sobre o pleito para fazer uma avaliação.

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