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O bilionário Sebastián Piñera foi eleito no domingo para a presidência do Chile, marcando o fim de 20 anos de governos de centro-esquerda, mas possivelmente não o rompimento com as políticas que trouxeram estabilidade econômica ao país.

Piñera recebeu quase 52 por cento dos votos no segundo turno, derrotando o ex-presidente Eduardo Frei, da coalizão de centro-esquerda Concertação.

Será a volta da direita ao poder pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-90), e talvez o início de uma guinada à direita numa região hoje governada majoritariamente por líderes de esquerda de vários matizes ideológicos.

A vitória do empresário, um economista formado em Harvard, já era esperada, mas mesmo assim animou a Bolsa chilena, que chegou a alcançar níveis recordes ao longo do pregão de segunda-feira.

O futuro presidente, de 60 anos, promete imprimir uma mentalidade empresarial ao governo para melhorar sua eficiência. Ele promete criar 1 milhão de empregos e aumentar o crescimento econômico para uma média de 6 por cento ao ano. Em 2009 a economia encolheu, na primeira recessão no Chile em uma década.

Críticos dizem que os planos de Piñera dependem excessivamente da criação de empregos no setor privado e estaria condicionada a uma recuperação econômica global que mantenha elevada a demanda por cobre.

Ele também pode enfrentar dificuldades para aprovar reformas no Congresso. Piñera promete formar um governo de unidade nacional e já ofereceu sinais conciliadores para a Concertação.

"Isso é só o começo. Hoje temos de cumprir as promessas e atender às expectativas de milhões de homens e mulheres", disse Piñera na segunda-feira, após receber a presidente Michelle Bachelet para um tradicional café da manhã de celebração. "Quero ratificar as promessas de campanha que fizemos".

Bachelet disse que convidou Piñera a acompanhá-la à cúpula do Grupo do Rio, em fevereiro no México.

Durante a campanha, ele prometeu vender sua participação acionária superior a 25 por cento na companhia aérea LAN, além de outras participações, para evitar conflitos de interesses. Além disso, ele já colocou centenas de milhões de dólares da sua fortuna em um fundo de investimentos "cego" (ou seja, no qual ele não sabe o destino do dinheiro).

Piñera promete manter as políticas fiscais prudentes e ampliar os programas sociais da Concertação, de modo a abranger também a classe média, que se sente negligenciada. Outra promessa dele é a de reformar a estatal Codelco, maior mineradora mundial de cobre, e vender uma parcela minoritária para aumentar sua eficiência.

Por causa da divisão do Congresso e da provável resistência dos sindicatos de mineiros, Piñera provavelmente terá de buscar apoio de adversários para aprovar leis, o que significa que talvez tenha de atenuar alguns dos seus planos.

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