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As eleições parlamentares deste domingo na Argentina dão a largada à corrida presidencial de 2015 no país, a partir da segunda-feira (28). Impedida pela Constituição de candidatar-se pela terceira vez e sem herdeiros políticos, Cristina Kirchner encaminha-se para o final da era kirchnerista, iniciada em maio de 2003, segundo opinião dos analistas. Os candidatos concorrem à metade dos assentos na Câmara dos Deputados e a um terço do Senado. A votação deve confirmar a derrota governista nos principais distritos eleitorais, conforme anteciparam os resultados das eleições primárias dos partidos, realizadas em agosto último.

Atualmente, o governo tem 38 dos 72 senadores e 133 dos 257 deputados. Antes das primárias, o governo pretendia ganhar mais dez cadeiras no Senado e 40 na Câmara. E, com maioria qualificada em ambas as Casas, promover uma reforma Constitucional para habilitar a presidente a buscar um terceiro mandato consecutivo. Porém, nas primárias, dos 24 distritos eleitorais, os candidatos governistas venceram em apenas nove.

Embora não consiga reunir os assentos necessários para reformar a Carta Magna, "aparentemente, o governo ganharia entre três a cinco cadeiras na Câmara, e perderia uma no Senado", estimou Fabián Perechodnik, diretor da Poliarquía Consultores, uma das mais prestigiadas da Argentina. O resultado, segundo explicou ao Broadcast, permitiria à Cristina manter a governabilidade nos dois anos e meio de mandato que lhe restam.

"Não creio que há risco de governabilidade porque, na era democrática, Cristina é a primeira presidente com suficiente capital político para poder manejar sua própria transição", afirmou Perechodnik. Segundo ele, nas duas últimas semanas, Cristina melhorou sua imagem junto à opinião pública em função da cirurgia à qual foi submetida para drenagem de sangue acumulado na meninge dura-máter, uma das membranas entre o crânio e o cérebro, provocado por uma batida na cabeça. As pesquisas da Poliarquía apontam 48% de imagem positiva, dez pontos a mais.

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