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Manifestantes no centro de La Paz, Bolívia, protestam contra candidatura do presidente Evo Morales à reeleição em outubro, 10 de outubro de 2019
Manifestantes no centro de La Paz, Bolívia, protestam contra candidatura do presidente Evo Morales à reeleição em outubro, 10 de outubro de 2019| Foto: AFP

A poucos dias da eleição presidencial na Bolívia, o presidente Evo Morales enfrenta grandes protestos de bolivianos contrários à sua candidatura para um quarto mandato.

Neste sábado (12), houve enfrentamento entre militantes do partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), e outros grupos na cidade de Potosí. Pela manhã, universitários e outros setores da população se reuniram em diversos pontos da cidade e fizeram bloqueios, como parte da ação cívica que já dura seis dias no país. Foi então que os militantes do MAS os enfrentaram, segundo o jornal boliviano Pagina Siete.

Em ato de campanha em Potosí, Morales disse que a direita "quer mortos" e "dar um golpe de Estado", e pediu tranquilidade. "Irmãos tranquilos, querem provocar, não vamos entrar na provocação", disse o presidente.

O presidente boliviano concorre nas eleições de 20 de outubro apesar de ter saído derrotado de um referendo sobre limite de reeleição em 2016. No plebiscito, 51% dos votantes negaram ao mandatário a possibilidade de disputar um quarto mandato. Mas Morales foi autorizado pelo Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia (a Suprema Corte) a concorrer nas eleições de 2019.

Milhares de pessoas se reuniram em La Paz e em outras cidades da Bolívia para pedir que o resultado do referendo seja respeitado na quinta-feira, 10 de outubro, data que marcou os 37 anos de retomada da democracia no país.

Durante as manifestações dos últimos dias, os ativistas realizaram consultas populares sobre temas de interesse nacional, entre eles: o respeito ao resultado do referendo de 2016, defesa do meio ambiente e o não reconhecimento dos resultados da eleição se Morales ganhar com fraude, segundo o jornal Los Tiempos.

Representantes do governo boliviano minimizaram os protestos, alegando que se trata de "fim de campanha" das forças opositoras e que não se pode "usurpar a vontade popular".

A constituição da Bolívia prevê que o governo deve respeitar as decisões das consultas populares, os chamados "cabildos abiertos", que não são vinculantes mas devem ser consideradas pelas autoridades "nos níveis de decisão correspondentes".

As manifestações no país estão sendo convocadas pelo Comitê Nacional de Defesa da Democracia. Na quinta-feira, os candidatos opositores a Morales participaram dos protestos.

Uma pesquisa da empresa ViaCiencia divulgada na sexta-feira aponta que a diferença entre os candidatos Evo Morales e Carlos Mesa diminuiu de 21,9 para 10,4 pontos. Segundo a pesquisa, Morales tem a preferência de 38,8% dos eleitores, e em segundo lugar está Mesa, com 28,4%.

A mesma pesquisa afirma que em terceiro lugar está o candidato pelo Bolívia Diz Não, Óscar Ortiz, com 9,6%, e em quarto lugar, Chi Hyun Chung, do Partido Democrata Cristão, com 5,9%.

Os resultados apontam para um segundo turno entre Morales e Mesa. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, Morales teria 45,3% dos votos, e Mesa, 44%.

Evo Morales é o presidente boliviano a ocupar o cargo por mais tempo na história do país - ele assumiu em 2006 e foi reeleito duas vezes. Se ele for eleito para um quarto mandato, poderá chegar a 19 anos no poder.

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