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Poucos haitianos - além dos próprios candidatos - acreditam que a eleição do dia 28 evitará a falência de um país arrasado por anos de guerra civil, por um violento terremoto e uma epidemia de cólera que, um mês antes da votação, deixou quase 50 mil hospitalizados e mais de mil mortos. Mas todos os eleitores têm certeza de que, se essas eleições falharem, pode não haver uma segunda chance de o Haiti se reconstruir.

O país é chamado hoje nos meios diplomáticos e humanitários de "república das ONGs". Desde 2004, a Organização das Nações Unidas (ONU) mantém no Estado mais pobre das Américas um contingente militar que hoje chega a 8.640 capacetes-azuis, além de um incontável número de funcionários civis de quase todas as agências de assistência humanitária existentes no mundo.

Ao presidente haitiano - o atual e o que for eleito - caberá pouco mais que receber as críticas por não estruturar um plano de reconstrução que convença os doadores internacionais a liberar os US$ 9 bilhões prometidos até agora. "Corrupto" e "incompetente" têm sido os dois adjetivos mais frequentemente associados ao governo haitiano, apesar dos afagos públicos feitos por todos os chefes de Estado nas conferências internacionais de doadores.

Mesmo diante de um cenário tão catastrófico, 19 políticos inscreveram-se para concorrer na eleição. Além do cargo de presidente - que administrará um país onde quase 2 milhões de pessoas vivem em lonas plásticas até onde a vista alcança -, 10 senadores e 89 deputados também ocuparão seus lugares no novo Congresso. Ninguém tem mais de 25% das intenções de voto. Estima-se que Sabine Manigat lidere com 23%. Em seguida, estaria o candidato apoiado pelo presidente René Préval, Jude Célestin, com 21%. Mas a credibilidade das pesquisas é questionável e a decisão só deve sair no segundo turno, marcado para 16 de janeiro.

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