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A epidemia global de diabete vai afetar 7 por cento da população adulta do mundo em 2025, conforme os países em desenvolvimento adotarem os hábitos prejudiciais à saúde associados a um melhor nível de vida, disseram especialistas na segunda-feira.

O quadro pessimista da rápida disseminação mundial da doença -- que deve atingir 380 milhões de pessoas daqui a 20 anos -- é ilustrado pelo novo ``Atlas da Diabete'', lançado no Congresso Mundial de Diabete, na Cidade do Cabo.

``A enormidade da epidemia de repente ficou clara para todos'', disse Martin Silink, futuro presidente da Federação Internacional de Diabete (IDF), numa entrevista coletiva.

Os especialistas afirmam que a diabete mata tanta gente quanto a Aids, e que será um dos principais desafios na área da saúde no século 21, especialmente nos países em desenvolvimento. Na América do Sul, as taxas de ocorrência do problema devem dobrar. Na África, elas devem subir 80 por cento.

A IDF estima que a diabete -- uma doença crônica que ocorre quando o corpo não consegue produzir ou não consegue utilizar a insulina, que é essencial para o processamento do açúcar -- já atinja 246 milhões de pessoas no mundo todo. Há duas décadas, esse número era de apenas 30 milhões.

Cerca de 3,8 milhões de mortes são atribuídas à diabete por ano, a maior parte por complicações como derrame e enfarte.

Todo ano, mais 7 milhões de pessoas são afetadas pela diabete, a maioria nos países em desenvolvimento, em que o progresso econômico está trazendo doenças ligadas ao estilo de vida, como a obesidade.

Para os especialistas, campanhas de conscientização para que as pessoas prestem atenção a suas dietas e façam mais exercício -- estratégia que não surtiu efeito nos países ricos -- ainda é o instrumento mais importante no combate à epidemia.

Os pesquisadores também vão conhecer os resultados mais recentes de ensaios com drogas que visam a conter ou prevenir a doença.

O Atlas da Diabete mostrou que a diabete tipo 2, que surge quando o indivíduo já é adulto, está se disseminando mais rápido nos países do leste do Mediterrâneo e no Oriente Médio.

Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, por exemplo, têm taxas de prevalência de diabete de entre 16 e 20 por cento de suas populações adultas.

O pequeno país de Nauru, no Pacífico Sul, tem a maior prevalência de diabete do mundo, com mais de 30 por cento, enquanto Índia e China possuem os maiores números absolutos de diabéticos, com mais de 40 milhões cada, segundo o Atlas.

Jonathan Shaw, do IDF em Melbourne, na Austrália, disse que as projeções para o futuro mostram que a diabete vai se espalhar mais rápido nos países em desenvolvimento. ``Não se trata apenas de uma questão de saúde, de bem-estar social; é uma questão econômica'', disse ele, acrescentando que os países mais gravemente afetados não terão condições de suportar os custos associados à assistência a diabéticos.

O Atlas também mostra o impacto do estilo de vida urbanizado sobre o crescimento da diabete, comparando pessoas de origem étnica semelhante que vivem em ambientes econômicos diferentes.

Os árabes da Tunísia, que é rural, por exemplo, têm uma prevalência de menos de 10 por cento de diabete, enquanto nos Emirados Árabes Unidos a prevalência é o dobro, disse Shaw.

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