• Carregando...

Islamabad – A polícia do Paquistão enfrentou ontem com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetetes milhares de advogados que protestavam contra a decisão do presidente Pervez Musharraf de impor o estado de emergência e destituir o chefe da Suprema Corte, enquanto vários aliados ocidentais reconsideravam sua ajuda ao país. Sob pressão Musharraf prometeu deixar a farda e realizar as eleições na data prevista.

Mais de 200 pessoas foram presas ontem e outras 40 ficaram feridas nos protestos liderados pelos advogados em várias partes do Paquistão. Grupos de oposição disseram que mais de 3.500 pessoas foram detidas desde sábado, quando o presidente impôs o estado de emergência, citando a ameaça dos extremistas islâmicos ao país e a ingerência da Suprema Corte nos assuntos de Estado.

Tanto a oposição como a maioria dos analistas e dos meios de comunicação paquistaneses acreditam que o general Musharraf – que governa o Paquistão desde o golpe de Estado de 12 de outubro de 1999 – está tentando manter-se no poder. Mas em seu caminho havia uma ameaça: a Suprema Corte, que deveria pronunciar-se nos próximos dias sobre a validade de sua triunfal reeleição em 6 de outubro por voto indireto. Segundo a Constituição, Musharraf não poderia ter se candidatado sendo chefe do Exército.

No sábado, além de suspender a Constituição e as transmissões de tevês privadas, Musharraf demitiu os juízes da Suprema Corte. O chefe do tribunal superior do país, Iftikhar Chaudry, já havia sido destituído em março por abuso de poder. Mas foi restituído ao cargo três meses depois, em um duro revés para Musharraf.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]