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crise política

Em meio à pressão por renúncia, Zuma faz reunião de emergência

O partido de Zuma e partidos da oposição querem sua renúncia. Ele, no entanto, nega deixar o cargo | SIMON MAINA/AFP
O partido de Zuma e partidos da oposição querem sua renúncia. Ele, no entanto, nega deixar o cargo (Foto: SIMON MAINA/AFP)

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, convocou uma reunião de emergência de seu gabinete para esta terça-feira (6) em meio à pressão de seu partido para que renuncie ao cargo.  

A presidência sul-africana não divulgou os motivos do encontro e seu porta-voz disse que a reunião estava marcada para quarta (5) e foi simplesmente adiantada sem uma razão especial.  

Zuma, 75, está envolvido em uma série de escândalos de corrupção, o que deu início ao movimento para tirá-lo do cargo -seu mandato acaba em 2019.  

No domingo (4), líderes do CNA (Congresso Nacional Africano), partido de Zuma, se encontraram com o presidente em sua residência para discutir o futuro político da África do Sul.  

Segundo a imprensa local, Zuma recusou na ocasião um pedido para que renunciasse ao cargo. Por isso, o CNA marcou para esta quarta (7) um encontro de sua cúpula para debater o que fazer na sequência.  

Os partidos de oposição também querem a saída do presidente e pediram que ele adiasse o discurso do Estado da União que faria no Parlamento na quinta (8).  

De acordo com a agência de notícias Reuters, o presidente da Casa, Baleka Mbete, estuda a possibilidade de adiar o discurso para depois do dia 22, quando o Parlamento deve votar uma moção de não-confiança contra Zuma, que poderia tirá-lo do cargo.  

Escândalos

Eleito em 2009 e reeleito cinco anos depois, Zuma vem perdendo poder desde o início dos escândalos de corrupção e vive uma queda de braço com seu vice, Cyril Ramaphosa.  

As principais denúncias contra o presidente envolvem uma série de reformas feitas em sua casa e pagas com dinheiro público e sua ligação com os Gupta, influente família que é acusada de subornar diversas autoridades sul-africanas. 

Em dezembro de 2017, a candidata apoiada por Zuma, sua ex-mulher Nkosazana Dlamini-Zuma, perdeu uma apertada disputa para ser a nova líder do CNA para Ramaphosa, que assim virou o favorito para substitui-lo no comando do país na eleição de 2019.  

Caso Zuma renuncie ou sofra o impeachment, porém, Ramaphosa já assumiria o país imediatamente.  

Parte da cúpula do CNA teme que a derrocada da popularidade do atual presidente prejudique o partido nas próximas eleições, abrindo espaço para a oposição, e por isso quer que ele deixe o cargo. A sigla, que tem como maior símbolo o ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013), comanda o país desde o fim do apartheid, em 1994.  

Em 2016, o presidente Zuma chegou a enfrentar uma votação de impeachment, mas obteve vitória.

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