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Papa Francisco durante a abertura da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo, na Basílica de São Pedro | EFE/Claudio Peri
Papa Francisco durante a abertura da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo, na Basílica de São Pedro| Foto: EFE/Claudio Peri

O papa Francisco pediu aos bispos nesta segunda-feira (6) para opinar sem medo sobre questões contenciosas como contracepção, gays, casamento e divórcio. O apelo foi feito no início de um encontro de duas semanas que tem o objetivo de transformar os ensinamentos da Igreja sobre a família relevantes para os católicos atuais.

Francisco disse aos bispos que eles nem deviam temer lhe mostrar desrespeito, afirmando querer um debate franco que não deveria ser amenizado por temores em relação a algumas questões vistas tão como tabu que nem deveriam ser discutidas.

"Vocês devem dizer o que sentem que o Senhor diz a vocês, sem preocupações de respeito humano e sem medo", disse Francisco aos bispos no início da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo.Ao mesmo tempo, ele pediu aos quase 200 cardeais, bispos e padres reunidos para ouvir uns aos outros com humildade e "receber com boa vontade o que os outros irmãos têm a dizer".

Em um sermão solene na Basílica de São Pedro que abriu formalmente o sínodo no domingo (5), o pontífice fez o mesmo apelo, deixando claro que não lhe agradou uma disputa interna pública que precedeu o encontro. "As reuniões do sínodo não têm o objetivo de discutir ideias lindas e inteligentes ou de ver quem é o mais inteligente", disse.

O pontífice se referia ao fato de que, no mês passado, o cardeal americano conservador Leo Raymond Burke e outros religiosos publicaram um livro defendendo com força que se continue negando a comunhão aos fiéis que se divorciam e voltam a se casar.

O principal alvo da recomendação foi o cardeal alemão Walter Kasper, para quem a Igreja deve encontrar formas de mostrar misericórdia às pessoas cujos primeiros casamentos fracassaram e que querem permanecer como parte integral da Igreja.

Kasper, que o papa caracterizou como um de seus teólogos favoritos, acusou seus críticos de atacá-lo porque ele encorajou o diálogo e indicou que o pontífice pode estar aberto a mudanças nos ensinamentos se houver recomendações dos bispos.

Nesta segunda, Francisco indicou realmente essa posição ao afirmar que a Igreja deve mostrar misericórdia e ser uma "hospital de campanha" para almas feridas, sugerindo que busca alguma forma de adaptação que os conservadores afirmam simplesmente não existir.

Não se espera nenhuma mudança imediata como resultado do sínodo, embora ele vá preparar o caminho para um encontro mais amplo dos clérigos católicos no próximo ano, que apresentará ao papa sugestões que poderiam levar a mudanças em questões relacionadas à família e à moralidade sexual.

Os encontros do sínodo terminarão no domingo de 19 de outubro, com a beatificação do papa Paulo 6º, que, além de concluir o decisivo Concílio Vaticano 2º, instituiu o Sínodo dos Bispos.

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