O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomaz Shannon, afirmou nesta quinta-feira (4), em entrevista coletiva, que a empresa norte-americana Boeing continua na disputa pela concorrência aberta pelo governo brasileiro para a compra de caças para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB). "O avião da Boeing é um produto bom, merece atenção do governo do Brasil," disse.
Shannon disse que conversou nesta quinta com os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Celso Amorim (Relações Exteriores), que teriam afirmado que o Brasil ainda não definiu se comprará aviões norte-americanos, franceses ou suecos. "Sobre os aviões, o ministro Jobim e o ministro Amorim disseram que não há uma definição ainda do governo do Brasil", disse o novo embaixador, que tomou posse no cargo nesta quinta.
Sobre os aviões, o ministro Jobim e o ministro Amorim disseram que não há uma definição ainda do governo do Brasil " Reportagem publicada nesta quinta pelo jornal "Folha de S. Paulo" afirma que, depois de uma queda de quase R$ 4 bilhões no valor do pacote de 36 caças, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa optaram pela proposta francesa na negociação de novos aviões para a FAB.
Em nota emitida mais cedo, o comando da FAB já havia afirmado não ter recebido "qualquer comunicação oficial" sobre a suposta compra dos caças franceses pelo governo brasileiro. O ministro Nelson Jobim também negou, em entrevista nesta quinta, que haja uma definição pelos caças franceses.
Relações
O embaixador observou que os EUA têm se empenhado para que a Boeing seja a escolhida, mas destacou que uma eventual não escolha da empresa não afetará as relações com o Brasil.
"É importante observar que França e Suécia são amigos e aliados dos EUA. Isso são relações comerciais, que não vão afetar nossas relações", garantiu. "Esse é um ato de diplomacia comercial. Obviamente temos grande interesse, mas França e Suécia são aliados e amigos", completou.
Transferência de tecnologia
Thomaz Shannon destacou ainda que a decisão da Boeing de transferir tecnologia para o Brasil é sem precedentes. "Isso mostra a nossa confiança no Brasil."
Questão nuclear
Thomas Shanon, afirmou que o governo de Washington tem mantido "diálogo intenso" com o Brasil sobre a situação do Irã, principalmente no que diz respeito à tecnologia nuclear desenvolvida pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad.
Questionado se o Brasil tem respaldo dos EUA para tratar assuntos com o Irã, o embaixador observou que o país não precisa de qualquer autorização norte-americana. "O Brasil como país soberano obviamente não precisa de licença ou permissão. Temos diálogo intenso com o Brasil e outros países sobre o Irã", disse em entrevista coletiva, sem entrar em detalhes sobre os diálogos.
Segundo Shannon, os EUA consideram a situação do Irã "complicada e difícil". "O Brasil se comunicar com o Irã, isso é uma coisa muito boa", disse. O embaixador acrescentou que, do ponto de vista norte-americano, o Brasil está trabalhando de maneira cooperativa com os países do Conselho de Segurança da ONU.
Visita de Hillary Clinton
O novo embaixador dos Estados Unidos, também afirmou que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deseja visitar o Brasil "o mais rápido possível" para estreitar as relações entre os dois países. Ele avisou que se reunirá em breve com o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, para definir a data.
"Falei com a secretária de Estado, Hillary Clinton, antes de vir ao Brasil. Ela quer visitar o Brasil o mais rápido possível. Já falei isso com o presidente Lula e com o Itamaraty para marcarmos a data", destacou o embaixador.
Sobre uma possível visita do presidente dos EUA, Barack Obama, ao Brasil em 2010 o diplomata disse que deixará o assunto para a Casa Branca resolver. "Do presidente Obama, há muito interesse de visitar o Brasil [...] Vou deixar o tema da visita do presidente Obama para a Casa Branca", declarou Shannon.
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