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O embaixador americano Thomas Shannon se encontrou hoje (8) com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para falar sobre as denúncias de espionagem do governo americano sobre empresas e cidadãos brasileiros.

De acordo com Bernardo, o representante americano pediu o encontro após a publicação de informações de que o Brasil é o país que sofreu o maior monitoramento de informações da internet na América Latina. As informações fazem parte do pacote de documentos revelado pelo ex-agente Edward Snowden da NSA, órgão do governo americano para o monitoramento de informações.

Na saída do encontro, que durou menos de 20 minutos, Shannon afirmou que o governo americano está contestando as preocupações manifestadas pelo governo brasileiro, afirmando que reportagens do jornal "O Globo" sobre o tema, "infelizmente, apresentaram uma imagem distorcida do programa que não é o correto".

"Temos um excelente nível de cooperação com o governo brasileiro. Estamos trabalhando com o governo brasileiro para conquistar suas perguntas", disse o embaixador que falou em português e, provavelmente, queria dizer responder.Shannon disse que se encontra hoje ainda com o general José Elito, ministro de Segurança Institucional, para também falar sobre o tema.

Esclarecimentos

Antes da reunião, Bernardo afirmou que o governo brasileiro espera esclarecimentos do governo americano sobre as denúncias de monitoramento das informações de brasileiros.

"É importante o governo americano se pronunciar", disse o ministro, que defendeu que as grandes empresas da internet, como Google e Facebook, também devem se pronunciar. "Faz quase um mês e elas não falaram nada até agora."

Segundo Bernardo, o Itamaraty entrará com uma denúncia na ONU para que a governança da internet sofra alterações. Segundo ele, hoje a internet é controlada por uma empresa americana e, por ser uma rede global, precisa de um monitoramento multilateral.

"É um mecanismo de comunicação global mas é totalmente controlado pelos americanos. Isso precisa mudar", afirmou o ministro.Ao chegar ao ministério, Paulo Bernardo se encontrou com o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e pediu para que o Congresso avance com a votação do marco civil da Internet. Cunha afirmou que não há divergências da base com o texto proposto pelo governo, mas com o texto feito pelo relator do projeto, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ). "Nossa divergência é com o relator", afirmou.

Uma das divergências com o texto é relativa ao chamado gerenciamento das informações na internet. O relator fez um texto mais restritivo em relação a este ponto, impedindo que as empresas façam diferenciação entre os tipos de mensagens que circulam na internet. O governo tem um texto mais flexível em que as empresas podem restringir o uso da internet em casos específicos e justificados.

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