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As denúncias da oposição síria sobre o suposto ataque com substâncias químicas perpetrado pelas forças de segurança do país nesta terça-feira (21) reacenderam a discussão sobre o uso desse tipo de armamento em conflitos. Segundo os rebeldes, até 1.300 pessoas teriam sido mortas em nove áreas de Damasco.

Selecionamos e respondemos às dúvidas mais comuns sobre essas substâncias.

O que são armas químicas?

A Convenção de Armas Químicas de 1993 define com arma química toda substância tóxica que pode causar morte ou lesões permanentes em seres humanos ou animais e também todo equipamento utilizado para disparar esses elementos. O tratado proíbe o uso dessas substâncias sempre que não seja para fins pacíficos e foi assinado por 188 países.

Como a comunidade internacional controla o uso dessas substâncias?

Ao fim da I Guerra Mundial, houve um certo consenso em proibir o emprego de armas químicas e biológicas firmado no Protocolo de Genebra de 1925. Essas proibições foram reforçadas em 1972 e 1993. A convenção de 1993, além de proibir o uso, veta a produção, armazenamento e comércio dessa mercadoria.

Como consequência do tratado, em 1997 se realizaram inspeções nos 188 países signatários. No total, 70 unidades de produção de armas químicas foram desativadas, destruídas ou convertidas para fins pacíficos. Também foram destruídos 55.939 toneladas de agentes químicos, que correspondia a 78,57% de todas as substâncias declaradas.

Seis países (Síria, Egito, Coreia do Norte, Somália, Angola e Sudão do Sul) não assinaram a convenção e não se submetem a esse controle. Duas nações (Israel e Birmânia), apesar de terem assinado, não ratificaram a adesão e também não foram submetidos às inspeções.

O que sabemos sobre o arsenal químico da Síria?

Damasco iniciou seu programa de armas químicas no fim dos anos 70. Atualmente, possui um dos maiores arsenais químicos do mundo junto com Israel. O país possuía, antes dos conflitos, pelo menos seis unidades de armazenamento, duas de fabricação e um centro de estudos. Os serviços de inteligência dos EUA acreditam que o regime detém centenas de toneladas de agentes químicos. Os militares sírios dominaram todo o espectro de armas químicas existentes, assim como os meios de disseminação: mísseis, bombas, etc.Quais são as armas químicas mais usadas? Quais são seus efeitos?

Os armamentos podem ser divididos em dois tipos: os agentes nervosos e os agentes vesicantes (que causam bolhas na pele). Desde a Guerra Fria, os agentes nervosos mais usados são o gás sarin e o VX. Eles bloqueiam uma enzima que diminui um importante neurotransmissor. Isso gera um descontrole que faz com que os afetados chorem, urinem ou defequem involuntariamente. Também provoca espasmos musculares que podem causar a morte. Alguns outros sintomas são a rigidez do peito, dificuldade para respirar e náusea.

Os mais representativo dos agentes vesicantes é o gás mostarda, usado pela primeira vez na I Guerra Mundial. Eles provocam bolhas muito dolorosas e danos genéticos a longo prazo. A partir de 20 anos depois da explosão, podem surgir danos nas córneas que dificultam a visão. Além disso, foi observada uma alta incidência de câncer de esôfago e asma entre os atingidos.

O que pode ser feito para diminuir os efeitos?

No caso dos agentes nervosos, reativa-se uma porcentagem da enzima bloqueada ao se injetar alguns compostos ou medicamentos anticonvulsivos. Para gases como o mostarda, alguns detergentes e compostos hidróxidos podem ajudar a desintoxicação. Especialistas recomendam que os afetados lavem-se com água quente e tirem toda roupa.

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