Investigadores de direitos humanos da ONU disseram nesta terça-feira (4) ter "motivos razoáveis" para acreditar que armas químicas foram utilizadas no conflito na Síria, ainda que em quantidade limitada.
Em seu último relatório, os investigadores disseram ter recebido denúncias de que tanto as forças do governo sírio como os rebeldes usaram as armas proibidas, mas que a maioria dos depoimentos relacionados a essas armas diz respeito às forças do Estado.
A comissão examinou quatro ataques tóxicos relatados em março e abril, mas não foi possível determinar quem estava por trás deles.
"Existem motivos razoáveis para crer que foram usadas quantidades limitadas de produtos químicos tóxicos. Não foi possível, na evidência disponível, determinar precisamente os agentes químicos utilizados, seus sistemas de entrega ou o autor do crime", disse o brasileiro Paulo Pinheiro, que chefia a comissão de inquérito da ONU, em entrevista coletiva em Genebra.
"As testemunhas que foram entrevistadas incluem vítimas, refugiados que escaparam de algumas áreas e equipes médicas", disse Pinheiro, recusando-se a ser mais específico, por razões de confidencialidade.
O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, e seus opositores se acusam mutuamente de usar armas químicas.
A equipe da ONU, formada por mais de 20 investigadores, realizou 430 entrevistas entre 15 janeiro e 15 maio com refugiados nos países vizinhos ou pelo Skype com pessoas ainda na Síria.
Vitit Muntarbhorn, um dos integrantes da equipe, disse que a comissão cruzou depoimentos sobre o uso de armas químicas com vídeos disponíveis inclusive no YouTube.
Mas os resultados permaneceram inconclusivos, e se faz necessário que uma equipe separada de especialistas nomeada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tenha acesso pleno à Síria para coletar amostras de vítimas e os locais de supostos ataques, disse a equipe.
De qualquer forma, as atrocidades cometidas com armas convencionais superaram eventuais baixas decorrentes da utilização de agentes químicos, disse Pinheiro, notando que não houve um ataque tóxico de grande escala.
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