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Ekrem Imamoglu, candidato do principal partido de oposição da Turquia (CHP), que saiu vitorioso na disputa pela prefeitura de Istambul, é visto por uma tela de celular durante uma coletiva de imprensa no comitê do CHP, em 3 de abril. Foto: Ozan Kose / AFP
Ekrem Imamoglu, candidato do principal partido de oposição da Turquia (CHP), que saiu vitorioso na disputa pela prefeitura de Istambul, é visto por uma tela de celular durante uma coletiva de imprensa no comitê do CHP, em 3 de abril. Foto: Ozan Kose / AFP| Foto:

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defendeu nesta segunda-feira (8) que seja feita uma recontagem total dos votos da eleição municipal de Istambul, na qual o candidato governista saiu derrotado, e não descartou uma nova votação.

Sem mostrar provas, ele afirmou que uma ação de "crime organizado" manipulou as urnas contra o seu governo.

A maior cidade do país é comandada por Erdogan e seus aliados desde 1994, quando ele mesmo foi eleito prefeito, mas a votação realizada em 31 de março indicou vitória da oposição.

Caso confirmada, será a maior derrota eleitoral do presidente desde que ele chegou ao poder, em 2003.

Em um universo com 10 milhões de eleitores, Ekrem Imamoglu, do secular Partido Popular Republicano (CHP), ficou pouco mais de 20 mil votos à frente de Binali
Yıldırım, candidato do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP) —o mesmo de Erdogan.

Imediatamente o presidente e seus aliados acusaram a votação de fraude e pediram a recontagem dos votos.

"Roubo nas urnas"

O Conselho Eleitoral, responsável por supervisionar as eleições, autorizou uma recontagem apenas parcial, que está 95% concluída e segue apontando vitória da oposição, embora com uma vantagem menor, de 15.500 votos.

Isso fez o presidente subir o tom das críticas nesta segunda, ao afirmar que houve um "roubo nas urnas".

"Não se trata de irregularidades pontuais aqui e ali, e sim de uma votação que foi toda irregular", afirmou em uma entrevista coletiva antes de embarcar para a Rússia, onde se reúne com o presidente Vladimir Putin.

"Nosso partido registrou delitos feitos de uma maneira organizada", afirmou Erdogan, que defendeu que a eleição deveria ser refeita caso a diferença entre os candidatos seja menor do que 1% -- os números originais mostraram uma vantagem de 0,28% para o candidato oposicionista, 48.79% contra 48.51%.

No domingo (7), o vice-presidente do AKP, Ali Ihsan Yavuz, já tinha dito que a sigla entraria com um pedido na comissão eleitoral para que a recontagem fosse refeita em 38 dos 39 distritos de Istambul e que, no outro, fosse anulada.

Erdogan afirmou que só aceitará a vitória oposicionista após esse pedido ser analisado.

"Ninguém tem o direito de comemorar vitória com uma margem de 13 mil ou 14 mil em uma cidade de dez milhões de eleitores. Quando o recurso for julgado, nós aceitaremos o resultado", disse ele.

Além de sair derrotado em Istambul, o AKP também perdeu o comando da capital, Ancara, para o CHP. Um pedido de recontagem dos votos na cidade já foi descartado pela comissão eleitoral.

A oposição ainda manteve o controle de Esmirna, a terceira maior cidade do país.


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