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Manifestantes com faixas e cartazes fazem um minuto de silêncio em Madri: homenagem aos dois policiais mortos em Mallorca num suposto ataque do ETA | Susana Vera / Reuters
Manifestantes com faixas e cartazes fazem um minuto de silêncio em Madri: homenagem aos dois policiais mortos em Mallorca num suposto ataque do ETA| Foto: Susana Vera / Reuters

As forças espanholas de segurança ficaram nesta sexta-feira (31) em alerta máximo pelo 50º aniversário da fundação do grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade, OU Euskadi Ta Askatasuna, em basco), ao qual são atribuídos dois atentados nos quais duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos últimos dias.

"O governo deu instruções às forças de segurança para que aumentem ao máximo a vigilância, para que redobrem a entrega, para que se esforcem ainda mais e também para que se protejam", anunciou o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, no fim da noite de ontem.

A intensificação da presença policial pode ser percebida em todo o país desde os primeiros minutos desta sexta-feira, com postos de controle estabelecidos inclusive em algumas áreas dentro de grandes cidades.

O governo espanhol acusa o ETA de estar por trás de dois ataques a bomba perpetrados esta semana no país. Nesta quinta, dois agentes da Guarda Civil morreram em um atentado em Mallorca, nas Ilhas Baleares. Na quarta-feira, dezenas de pessoas ficaram feridas na explosão de um carro-bomba em Burgos, no norte da Espanha. Nos dois casos, os alvos foram alojamentos da Guarda Civil.

Se confirmada a autoria dos ataques, os atentados desta semana representariam uma tentativa de demonstração de força do ETA depois de uma sucessão de reveses em ações promovidas pelas polícias da Espanha e da França.

Mesmo enfraquecida, a organização foi responsabilizada por nove ataques neste ano.

Zapatero disse que os ataques desta semana aconteceram no momento em que as polícias espanhola e francesa, trabalhando em cooperação, estão "desmantelando a organização, impedindo sua ação, identificando seus membros e os detendo cada vez mais rápido e em maior número".

História sangrenta

Fundado em 31 de julho de 1959, o ETA é responsabilizado por mais de 800 mortes desde o fim da década de 1960, quando o grupo passou a recorrer à violência em sua campanha por um País Basco independente numa área que abrange o nordeste da Espanha e o sudoeste da França. No início, no entanto, como lutava contra a ditadura de Francisco Franco na Espanha (1936-1975) o ETA contava com simpatia de parte da população espanhola e da comunidade internacional. A partir de 1977, com a democratização da Espanha, o apoio ao ETA começou a se enfraquecer. O ETA luta pela independência do País Basco, que seria integrado por quatro províncias no norte da Espanha: Álava, Biscaia, Guipúzcoa e Navarra, além de três departamentos no sul da França - Labour, Soule e Baixa Navarra.

Em 1978, com a nova Constituição do Reino da Espanha, o País Basco conquistou a autonomia, o que retirou parte do sentido da reivindicação do movimento.

O grupo realizou várias operações de assassinato, como a de Melitón Manzanas, o chefe da polícia franquista em San Sebastián, morto a tiros em 1968, e do almirante e primeiro-ministro biônico do governo franquista, Luis Carrero Blanco, assassinado em Madri em 1973. Em dezembro de 2001, o ETA foi declarado organização terrorista pela União Europeia e em maio de 2003 a Suprema Corte da Espanha colocou na clandestinidade o Batasuna, partido basco que é o braço político do ETA.

Nos últimos anos, dezenas de militantes do ETA, muitos dos quais líderes da organização, foram presos na Espanha e na França. As informações são da Associated Press.

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