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Vice-presidente americano, Mike Pence, detalhou planos para força espacial americana | CHIP SOMODEVILLA/AFP
Vice-presidente americano, Mike Pence, detalhou planos para força espacial americana| Foto: CHIP SOMODEVILLA/AFP

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, apresentou um plano ambicioso para criar, ainda este ano, um comando militar dedicado ao espaço e eventualmente estabeleceria uma "Força Espacial" como o sexto ramo das forças armadas americanas.  Em um discurso no Pentágono, nesta quinta-feira (9), ele advertiu sobre os avanços que potenciais adversários estão fazendo e emitiu uma espécie de chamado às armas para preservar o domínio militar no espaço. 

Assim como ocorreu no passado, os Estados Unidos enfrentam as ameaças emergentes neste novo campo de batalha. Chegou a hora de estabelecer a Força Espacial dos Estados Unidos. 

Hoje, as Forças Armadas dos Estados Unidos são divididas em Força Aérea, Exército, Guarda Costeira, Corpo de Fuzileiros Navais e Marinha. A Força Espacial seria a sexta ramificação, e a primeira criada desde a Segunda Guerra, em 1947. 

Em 2017, Trump estabeleceu um Conselho Espacial Nacional, composto por autoridades encarregadas de desenvolver políticas para uso do espaço. Em março deste ano, o presidente anunciou a sua estratégia para manter a liderança dos Estados Unidos no espaço.

Funcionários das comunidades militares e de segurança nacional se opõem ferozmente à ideia. A Força Aérea pode perder responsabilidades importantes. A proposta também precisaria de aprovação do Congresso americano. 

O que é o plano

Funcionários da Casa Branca têm trabalhado com líderes da segurança nacional para dar seguimento à proposta mesmo sem o aval do Congresso. O primeiro passo seria criar, até o final do ano, um Comando Espacial dos EUA, que teria recursos próprios, seria liderado por um general de quatro estrelas e teria a tarefa de defender o espaço.

O Pentágono também pretende atrair especialistas em questões espaciais às forças armadas. Também criará um escritório separado dedicado à compra de satélites e ao desenvolvimento de novas tecnologias para ajudar a vencer batalhas na questão espacial.

Durante meses, o presidente Trump tem qualificado a Força Espacial como um novo departamento militar autônomo, com sua própria cadeia de comando e uniformes.

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A Casa Branca pretende trabalhar com os parlamentares na apresentação de um projeto de lei até o início do próximo ano, com a esperança de colocar o departamento em funcionamento ainda em 2020, segundo autoridades do governo. 

Em seu discurso, Pence reconheceu as dificuldades em se montar o novo serviço. Ele disse que Pentágono criaria o cargo de secretário assistente de Defesa para o Espaço, uma nova posição civil de alto nível subordinada ao secretário de Defesa. A função seria a de supervisionar o crescimento e a expansão do sexto ramo das Forças Armadas dos Estados Unidos.

 O novo comando e reorganização não deverá ter impacto no orçamento, disse Scott Pace, secretário-executivo do Conselho Nacional do Espaço. "No entanto, à medida que a Força Espacial amadureça provavelmente será necessário aumentar o volume de recursos, para melhorar a capacidade e ampliar o número de combatentes.”

Oposição

A criação de uma Força Espacial tem encontrado oposição, dentro e fora do Pentágono. O secretário de Defesa, Jim Mattis, disse em um memorando ao senador John McCain que se opunha à "criação de um nova força militar e de novas funções organizacionais em um momento em que está focado na redução de gastos indiretos e na integração de funções conjuntas de combate.”

Apesar de não endossar um ramo nas Forças Armadas, Mattis disse, no início desta semana, que as lideranças militares militares estão completamente alinhadas com a preocupação do presidente em proteger os ativos no espaço para contribuir com a segurança na economia americana.  “Vamos abordá-la, já que outros países mostram uma capacidade para atacar esses ativos,"

 Paul Scharre, do Center for a New American Security, qualificou a Força Espacial como "uma ideia tonta", em um comentário para o Defense One , site especializado em assuntos especiais e que primeiro relatou alguns dos detalhes do plano. Apesar de Scharre concordar que "o espaço é o calcanhar de Aquiles americano", afirmou que criar uma nova burocracia com um foco único prejudicaria os militares: "Os Estados Unidos precisam se concentrar na missão, não no domínio."

Cenário

 Durante anos, membros do Congresso e lideranças militares vem alertando que o espaço não é mais um santuário pacífico, mas um zona de combate que precisa de mais atenção e recursos. O espaço é vital para o modo como os Estados Unidos travam uma guerra. Os satélites do Pentágono são usados para alertas de defesa contra mísseis, guiar armas de precisão e fornecer comunicações e reconhecimento. 

 A Rússia e a China tem feito avanços significativos, desafiando os Estados Unidos no espaço. Em 2007, a China explodiu um satélite com um míssil, criando uma enorme nuvem de detritos em órbita. Também demonstrou a capacidade de atingir satélites em uma órbita muito mais elevada, onde os militares colocam alguns de seus equipamentos mais sensíveis. 

 Pence citou os avanços dos adversários no desenvolvimento de mísseis hipersônicos, que podem viajar até oito quilômetros por segundo e escapar dos sistemas de alerta de mísseis.   "A América sempre buscará a paz, tanto no espaço como na terra", disse Pence. "Mas a história prova que a paz só vem pela força. E no espaço exterior, a Força Espacial dos Estados Unidos será essa fortaleza."

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