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Famílias de migrantes entram em um veículo em uma área que a Patrulha da Fronteira usa para verificar a saúde a informações de identificação dos migrantes em McAllen, Texas, 21 de junho
Famílias de migrantes entram em um veículo em uma área que a Patrulha da Fronteira usa para verificar a saúde a informações de identificação dos migrantes em McAllen, Texas, 21 de junho| Foto: Carolyn Van Houten / Washington Post

O governo dos Estados Unidos enfrenta dificuldades logísticas e financeiras para transferir centenas de crianças migrantes que estão abrigadas em uma estação superlotada da Patrulha da Fronteira na cidade de Clint, no estado do Texas, após denúncias de más condições de higiene e alimentação e de potenciais riscos para as crianças.

Na segunda-feira (24), o Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou que removeria quase 300 crianças do abrigo de Clint, deixando apenas 30 no local. Mas nesta terça-feira, um oficial da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA afirmou a jornalistas que a agência teve que retornar 100 das crianças para a estação por falta de espaço em abrigos e financiamento insuficiente para aumentar as instalações para as crianças.

Advogados que visitaram duas instalações para abrigar crianças migrantes no Texas, incluindo a de Clint, relataram que crianças e adolescentes não podiam tomar banho por dias ou semanas, recebiam alimentação inadequada e passavam por epidemias de gripe e de detenção prolongada, segundo a rede de televisão americana NBC News.

As supostas condições na estação de Clint aumentaram a preocupação de que centenas de crianças - algumas delas bebês - que chegaram desacompanhadas ou foram separadas de suas famílias na fronteira depois de cruzar a fronteira entre o México e os EUA, estejam sendo expostas a traumas excessivos enquanto ficam sem cuidados por dias ou semanas nas estações mal equipadas.

Segundo o relato dos advogados, as crianças mais velhas cuidavam das crianças menores e dos bebês, informou a agência de notícias Associated Press. Eles descreveram crianças sozinhas, famintas e chorando, tentando acalmar umas às outras, e dormindo no chão de concreto.

A diretora da clínica jurídica de direitos de migrantes da Columbia Law School, Elora Mukherjee, visitou os abrigos em Clint, e disse que nenhuma das crianças tinha acesso a sabonetes ou a pasta de dente. Algumas mães adolescentes usavam camisetas manchadas com leite materno. "Quase todas as crianças com quem eu falei não tinha tomado banho desde que atravessou a fronteira, algumas por mais de três semanas", disse Mukherjee à NBC News.

Congressistas democratas e republicanos condenaram as condições dos abrigos na semana passada.

Uma instalação com abrigos para famílias migrantes em Donna, Texas, Estados Unidos, em 20 de junho
Uma instalação com abrigos para famílias migrantes em Donna, Texas, Estados Unidos, em 20 de junho| Carolyn Van Houten / Washington Post

Um oficial da Alfândega e Proteção de Fronteiras contestou as denúncias, dizendo que as crianças detidas no local recebem acesso "contínuo" a produtos de higiene e alimentação adequada enquanto aguardam serem colocadas em abrigos americanos adequados para crianças. O mesmo oficial disse que a agência está trabalhando em parceria com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos para transferir as crianças desacompanhadas para abrigos adequados e que o número de menores detidos em instalações da Patrulha da Fronteira diminuiu de 2.600 para menos de 1.000 na última semana.

Em meio à crise de migração, a principal autoridade da segurança na fronteira dos EUA, John Sanders, anunciou sua renúncia do cargo de comissário da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA no mês que vem, segundo funcionários do Departamento de Segurança Interna. Sanders está no cargo há dois meses.

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