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Confronto entre manifestantes e polícia de choque em protestos anti-governo e em apoio ao líder opositor Alexei Navalny em Moscou, Rússia, 23 de janeiro
Confronto entre manifestantes e polícia de choque em protestos anti-governo e em apoio ao líder opositor Alexei Navalny em Moscou, Rússia, 23 de janeiro| Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

O governo dos Estados Unidos e a União Europeia repudiaram a repressão contra manifestantes na Rússia que saíram às ruas neste sábado (23) para exigir a libertação do líder opositor Alexei Navalny.

Mais de 2.800 pessoas foram presas durante os protestos deste sábado em várias cidades russas, incluindo 1.099 em Moscou, segundo o grupo OVD-Info, que monitora prisões políticas na Rússia.

Em comunicado, o novo porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, afirmou que o país "repudia fortemente" as "duras táticas" usadas contra manifestantes e jornalistas em cidades russas neste fim de semana.

"Antes dos eventos de hoje, o governo russo procurou suprimir os direitos de reunião pacífica e liberdade de expressão perseguindo organizadores de protestos, ameaçando plataformas de mídia social e prendendo preventivamente potenciais participantes. Isso se segue a anos de restrições e ações repressivas contra a sociedade civil, a mídia independente e a oposição política", afirma o comunicado.

O Departamento de Estado americano pediu que as autoridades russas libertem os detidos nas manifestações e a "libertação imediata e incondicional" do líder opositor Alexei Navalny. O comunicado ainda pediu a colaboração da Rússia com a investigação da comunidade internacional sobre o envenenamento de Navalny, além de uma "explicação credível" sobre o "uso de arma química em seu território".

Mais cedo, o alto representante da União Europeia para Assuntos Exteriores, Josep Borrell, também condenou as detenções em massa, o "uso desproporcional da força" e o corte de internet e telefonia durante as manifestações. "Nós discutiremos os próximos passos na segunda-feira com os ministros de Relações Exteriores da União Europeia", afirmou o diplomata pelo Twitter.

Os protestos foram convocados por Navalny, principal crítico de Putin, após a sua prisão na semana passada, quando retornava à Rússia pela primeira vez depois de ter sido envenenado em agosto, segundo ele, a pedido do Kremlin.

O grupo de Navalny publicou um vídeo nesta semana com denúncias de corrupção no governo de Putin, que teria construído um luxuoso "palácio" secreto na costa do Mar Negro, segundo os ativistas.

Autoridades russas alertaram as pessoas a não participar dos protestos, dizendo que as manifestações não eram autorizadas e citando risco de transmissão de Covid-19. Os manifestantes, no entanto, desafiaram a proibição e as baixas temperaturas do inverno russo e promoveram atos em diversas cidades.

A Reuters estimou um público de 40 mil pessoas nas ruas em Moscou. As autoridades disseram que apenas 4 mil pessoas se reuniram na capital russa para protestar.

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