ETA acena com intenção de um cessar-fogo permanente

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O grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade) manifestou neste domingo o desejo de declarar um cessar-fogo permanente, confirmado por observadores internacionais, numa tentativa de fechar o longo conflito na região com o governo espanhol. O grupo não especificou se permitirá aos observadores acompanhar a destruição de suas armas, mais próxima garantia de um fim na violência, mas indicou estar preparado para ir além de uma mera declaração de cessar fogo. O ETA assegurou que tomaria a atitude "se as condições para tal ação fossem criadas", sem especificar quais seriam.

Autoridades espanholas, no entanto, desconsideraram a declaração do ETA. O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, não tocou no assunto durante um evento político em Zaragoza, mas uma fonte no governo citada pela página do jornal El Mundo na internet desqualificou a manifestação do ETA como "perda de tempo".

Dois membros mascarados e sem identificação do ETA disseram em uma entrevista publicada hoje pelo jornal basco Gara que o grupo estava preparado para atender a Declaração de Bruxelas, documento divulgado em março por um grupo mediador, incluindo quatro recebedores do prêmio Nobel da Paz, pedindo verificação imparcial de qualquer cessar fogo adotado pelo ETA. O grupo ETA normalmente utiliza o jornal Gara para divulgar suas mensagens.

A entrevista cita afirmações de membros do ETA de que o grupo "deseja tomar esse passo e ir além dele, se as condições para isso forem criadas". Três semanas atrás, o ETA anunciou seu 11º cessar-fogo em mais de quatro décadas de uma violenta campanha separatista, mas sem mencionar a palavra permanente ou indicar que está preparado para destruir suas armas.

O último ataque violento do ETA aconteceu em julho de 2009, quando um carro-bomba matou dois policiais na Ilha de Mallorca. O grupo é considerado uma organização terrorista pela Espanha, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.