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Os Estados Unidos continuam a abrir vantagem sobre a Rússia no mercado global de armamento militar pesado. Entre 2014 e 2018, os americanos responderam por 36% das exportações deste segmento, enquanto os russos perderam participação, ficando com 21% das vendas em nível mundial - mas ainda muito longe de perder o título de vice para o terceiro colocado, a França (6,8%).

Dados compilados pelo Instituto de Pesquisa da Paz Internacional de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) mostram que, comparadas ao quinquênio anterior (2009 a 2013), as exportações de armas americanas aumentaram 29%. Isso se deve especialmente ao incremento das vendas de armamento para o Oriente Médio: a região comprou 52% de todas as armas de guerra exportadas pelos EUA entre 2014 e 2018.

O principal destino é a Arábia Saudita, que sozinha comprou 22% das armas dos EUA vendidas ao exterior neste período - Austrália e Emirados Árabes Unidos aparecem na sequência. As armas mais exportadas são aeronaves de combate, com destaque para o caça F-35.

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A Rússia, porém, viu sua participação no mercado global cair em 17% entre os quinquênio citados. De acordo com o Sipri, a redução de pedidos da Índia e da Venezuela, países que estavam entre os principais compradores de armas russas, levou à queda das exportações.

A Índia continua sendo o maior destino das armas produzidas na Rússia, mas no último quinquênio houve uma redução de 42% das vendas para o país.

A Venezuela, entre 2009 e 2013, era o quinto maior comprador da indústria de armas russa, mas uma severa crise econômica fez com que o país latino-americano reduzisse suas importações em 96% nos cinco anos seguintes. Uma mudança no sentido contrário ocorreu com as vendas para o Iraque, que aumentaram em 780% entre os dois períodos.

Já os países europeus representam 27% do mercado global de armas militares. Os grandes exportadores da região são França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália, e o principal mercado, o Oriente Médio.

A China é o quinto maior exportador de armas. O volume de suas vendas representa 5,2% do mercado global e seu principal comprador é o Paquistão. De acordo com o Sipri, porém, as exportações de armas chinesas são limitadas pelo fato de que muitos países, entre eles os principais importadores de armas, não fazem negócios com o país por questões políticas. Apesar disso, melhorias na tecnologia militar chinesa abriram oportunidades para o crescimento das exportações de armas para novos clientes.

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Em 2014-2018, a China tornou-se o maior exportador de veículos aéreos de combate não tripulados (UCAVs), com os estados do Oriente Médio entre os principais receptores.

Importações

Arábia Saudita, Índia, Egito, Austrália e Argélia são os maiores compradores de armamento militar pesado no mundo. Juntos eles foram os destinos de 35% de todas as importações entre 2014-2018.

O que chama a atenção no relatório do Sipri é o aumento da compra de equipamentos militares por países do Oriente Médio, em 87%, comparando 2009-2013 e 2014-2018, especialmente na região do Golfo. As principais razões por trás disso são a desconfiança mútua entre o Irã e os aliados Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos; a guerra no Iêmen, que começou em 2015; e desde de 2017 as relações hostis entre o Catar e a Arábia Saudita. Os Estados Unidos dominam o mercado desta região, com grandes vendas para a Arábia Saudita.

Apesar do rápido desenvolvimento de suas capacidades de produção de armas nos últimos anos, a China é o sexto maior importador de armas do mundo. Seu principal fornecedor é a Rússia. De acordo com o Sipri, a China continua dependente das importações de determinadas tecnologias de armamento, como motores para aviões de combate e grandes navios, assim como sistemas de defesa antimísseis e aéreos de longo alcance. Sua própria indústria de armas ainda tem que desenvolver a capacidade tecnológica para se equiparar com os fornecedores russos nesses campos.


Brasil

O Brasil é o 23º maior exportador de armas militares de grande porte e seus principais mercados são o Afeganistão, Indonésia e Líbano. Segundo o Sipri, um dos equipamentos brasileiros mais vendidos é o Embraer EMB-314 Super Tucano, uma aeronave de treinamento e de ataque. Em 2018 foram vendidas 43 unidades, nem todas entregues, para sete países.

No ranking de importadores, o Brasil se posiciona em 35º lugar, respondendo por 0,6% das importações de armas em todo o mundo e 27% na América do Sul em 2014–18. Comparado com o período 2009-2013, as compras brasileiras diminuíram 28%.

A vizinha Venezuela, que já foi a maior importadora de armas da região, viu as importações caírem 83% entre os dois quinquênios.


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