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Clientes respeitam as regras de distanciamento social na Times Square, em Nova York, que entra na fase 2 da reabertura em 22 de 2020. A cidade permitiu que pessoas frequentem a área externa de restaurantes, e salões podem funcionar com 50% da capacidade
Clientes respeitam as regras de distanciamento social na Times Square, em Nova York, que entra na fase 2 da reabertura em 22 de 2020. A cidade permitiu que pessoas frequentem a área externa de restaurantes, e salões podem funcionar com 50% da capacidade| Foto: Johannes EISELE / AFP

Os Estados Unidos tiveram nesta quarta-feira (24) a quarta maior marca de novos casos de Covid-19 registrados em um período de 24 horas. Foram mais 34.313 contaminações pelo novo coronavírus, o maior número desde 23 de abril, quando houve novas 37.144 infecções, segundo os dados divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país (CDC, na sigla em inglês).

O dado divulgado nesta quarta representa um aumento de quase 8 mil novos casos em relação às novas contaminações identificadas ontem (26.643), e uma retomada ao nível de mais de 30 mil novos casos por dia, como já havia ocorrido nos dias 19 e 20 deste mês. Antes disso, a linha dos 30 mil novos casos diários só havia sido superada mais de um mês antes, em 16 de maio.

Um levantamento realizado pela Kaiser Foundation analisando os dados de 8 a 22 de junho mostrou que 20 estados americanos registraram aumento de casos de Covid-19, acompanhado de um crescimento da taxa de positivos por testes realizados.

Esses estados, a maioria no Sul e no Oeste, não tinham sido duramente afetados pela pandemia até então, mas recentemente passaram a puxar o registro diário de novos casos nos Estados Unidos para cima.

Segundo o levantamento, quatro estados que viram aumento de casos recentemente ainda estão registrando menos de 40 infecções por dia, mas nove tiveram um aumento de mais de 400 casos por dia e 13 estão com taxa de positivos acima dos 5%, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo os autores da pesquisa, as crescentes taxas de testes positivos indicam que o aumento nos casos não está relacionado à testagem mais ampla, mas provavelmente reflete um aumento real na transmissão.

Os casos mais preocupantes parecem ser Arizona, Califórnia, Mississippi, Nevada e Texas, que registraram recordes de casos diários nesta terça-feira (23). Um levantamento do Washington Post mostrou que Arizona, Arkansas, Califórnia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee e Texas estão relatando recordes de hospitalizações por coronavírus.

Vários fatores podem estar influenciando essa tendência: relaxamento das regras de distanciamento, o ritmo de reabertura da economia, maior circulação de pessoas devido à chegada do verão no hemisfério norte e, potencialmente, os protestos.

O Texas, por exemplo, foi um dos primeiros estados americanos a relaxar as ordens de isolamento, em 30 de abril. Até então, a média diária de novos casos girava em torno de mil. Depois desta data, todos os comércios não essenciais foram autorizados a reabrir com capacidade reduzida, não há limites para aglomerações, os restaurantes foram autorizados a funcionar com limitação de público. Apenas as escolas ficaram fechadas. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, os casos vinham aumentando gradualmente, mas após o início de junho houve um acréscimo exponencial, com 4,4 mil casos registrados nesta terça.

Na Califórnia, as infecções por coronavírus também dispararam a partir do começo de junho, embora o estado ainda aconselhe os cidadãos a permanecer em casa e proíba as aglomerações. Restaurantes e alguns comércios não essenciais voltaram a funcionar com capacidade reduzida. E as principais cidades do estado viram vários protestos contra a morte do afro-americano George Floyd desde 25 de maio. Ainda há uma discussão entre pesquisadores americanos sobre o impacto dos protestos na pandemia, mas continuando no exemplo da Califórnia, houve um aumento das infecções por coronavírus entre os policiais de Los Angeles nas últimas semanas. Por outro lado, alguns pesquisadores acreditam que, por causa das manifestações e do temor quanto a atos de violência, o índice de isolamento social aumentou em grandes cidades. Um estudo publicado nesta semana sugeriu que não há evidências de que os protestos antirracismo tenham elevado as infecções por coronavírus em 315 grandes cidades americanas.

O que é fato, porém, é que a epidemia voltou a acelerar nos Estados Unidos, mesmo sem nunca ter chegado a baixos níveis de infecção, como ocorreu em países da Ásia que possivelmente estão vivendo uma segunda onda da doença.

Este aumento de casos ainda não está refletindo nas mortes registradas nesses 20 estados. Em Oklahoma, segundo o levantamento da Fundação Kaiser, houve queda no número de falecimentos, assim como em Montana, Nevada, Alabama, Flórida, Kansas e Mississippi. Mas como há um atraso de semanas entre os dois índices é provável que as mortes acompanhem a tendência.

No total, 121.746 pessoas morreram nos EUA até esta quarta-feira por causa da doença, que já infectou 2.336.961 em território americano. O país segue como o que mais registrou casos da Covid-19 e óbitos causados por ela, em termos absolutos. O número de recuperados no país é de 647.548.

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