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O diretor da política de controle de drogas dos Estados Unidos culpou na terça-feira a Venezuela por um aumento nos carregamentos de cocaína para a Europa, e pediu aos governos da União Européia que apliquem pressão diplomática sobre o país latino-americano para combater o problema.

John Walters disse que a Venezuela se tornou a principal rota para as drogas ilegais entre a vizinha Colômbia -- o maior produtor mundial de cocaína -- e o cada vez mais atraente mercado europeu.

Os comentários de Walters ocorrem num cenário de relações persistentemente sensíveis entre Washington e Caracas.

Walters acusou o governo venezuelano de não ter lidado suficientemente com a questão das drogas e pediu aos políticos da União Européia que "usem sua influência" para convencer o presidente Hugo Chávez a conter os traficantes.

"Este é um crescente problema, vimos movimento por ar saindo da Venezuela usando pistas conhecidas, não pistas aéreas clandestinas... também movimentos por mar, com alguma regularidade aumentada, também saindo dos portos marítimos venezuelanos", disse Walters a jornalistas durante visita a Bruxelas, onde encontrou autoridades da UE.

"O consumo em queda nos Estados Unidos e os preços mais altos na Europa estão incentivando os traficantes a exportarem através do Atlântico."

"Sei que algumas nações européias têm cooperação mais extensa com o governo venezuelano, e esperamos que possamos usar isso para tentar cortar algo disso", afirmou Walters.

Walters acrescentou que muitas áreas na Venezuela estão sendo usadas para "preparação segura", e disse que os carregamentos através do país latino-americano para a Europa e os EUA aumentaram "dez vezes nos últimos cinco a dez anos".

Em fevereiro, a Reuters revelou que oito governos da UE planejavam juntar forças para impedir que drogas ilegais -- particularmente cocaína e heroína -- chegassem às ruas européias vindo da América Latina via portos na África Ocidental.

Mas os comentários de Walters ocorrem um dia depois de o ministro da Justiça da Venezuela, Pedro Carreño, dizer que não vai permitir que agentes dos EUA realizem operações antidrogas no país e acusar a DEA (órgão de combate às drogas dos EUA) de ser um "novo cartel".

Isso é parte de uma guerra de palavras entre Washington e Caracas, que fez as relações entre os dois governos se deteriorar rapidamente nos últimos anos.

Após quase um ano de acaloradas negociações, a Venezuela se recusou a assinar um acordo antidrogas com os EUA em março, enquanto em 2005 o quinto maior produtor de petróleo do mundo encerrou a cooperação com a DEA.

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