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Os Estados Unidos estão prontos para se sentar à mesa e conversar com todos os governos recém-eleitos da América Latina, inclusive com o do venezuelano Hugo Chávez, principal líder antiamericano da região.

O ciclo de mais de 12 eleições em um ano deixou no continente um espectro ideológico amplo, da esquerda à direita, com um resultado ``saudável'' e ``positivo'', disse o principal diplomata norte-americano para a América Latina.

``A região não experimentou uma mudança dramática em direção à esquerda'', disse a jornalistas Thomas Shannon, secretário-assistente do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental.

No começo do ano, uma guinada radical da América Latina para a esquerda era um cenário possível, pois não se sabia qual seria a influência de Chávez na região.

No México e no Peru, candidatos de esquerda próximos de Chávez chegaram a liderar as pesquisas presidenciais, mas acabaram derrotados na reta final - algo que analistas atribuíram em parte à interferência do venezuelano nas campanhas.

Terminado o ciclo eleitoral, até novos líderes, como o presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega, antigo crítico dos EUA, e o economista Rafael Correa, eleito no Equador, acabaram revelando um perfil mais moderado.

Shannon reconheceu a legitimidade da reeleição de Chávez, que em setembro chamou na ONU o norte-americano George W. Bush de ``diabo''.

``Houve um vencedor claro nas eleições'', admitiu Shannon, embora acrescentando que ainda aguarda o relatório definitivo dos órgãos que monitoraram o pleito.

Shannon também considerou positivo o fato de a oposição venezuelana se aglutinar em torno de um único candidato e que tenha aceitado a vitória de Chávez, com mais de 60 por cento dos votos.

O diplomata, que nas últimas semanas viajou a Londres e Madri para consultas, se reuniu recentemente com Ortega em Manágua, buscando estabelecer um canal de comunicação. Ele qualificou o encontro de ``positivo''.

Shannon reconheceu que, em sua maioria, os novos líderes eleitos na região foram os que prometeram trazer mais mudanças sociais e combater a pobreza, e demonstrou disposição por parte dos EUA em trabalhar com esses países. ``Será um ano de compromisso para os Estados Unidos'', afirmou.

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