Nova Iorque - Os Estados Unidos e a Rússia acertaram ontem um acordo prévio para a redução de seus arsenais nucleares, na primeira visita de Barack Obama como presidente à Rússia. A negociação faz parte da revisão do Start (iniciais em inglês para Tratado sobre Revisão de Armas Estratégicas), um programa de desarmamento nuclear assinado no fim da Guerra Fria.
Em entrevista concedida em Moscou ao lado do colega russo, Dmitri Medvedev, Obama afirmou que os dois países devem "liderar pelo exemplo. O total de ogivas nucleares de cada país foi reduzido para um intervalo de 1.500 a 1.675, o menor patamar já definido entre os dois países. O acordo anterior previa um total de 1.700 a 2.200 ogivas.
Já os mísseis de longo alcance capazes de levar armas nucleares foram revistos para um intervalo de 500 a 1.100. O acordo anterior previa um limite de 1.600 mísseis.
Além disso, os dois presidentes disseram que pretendem continuar negociações para no futuro efetuar cortes maiores em seus arsenais nucleares. Obama disse que a proliferação nuclear no Oriente Médio e na Coreia do Norte preocupa e que os EUA pretendem promover um encontro sobre segurança global nuclear em 2010.
No ano passado, a tensão entre Moscou e Washington aumentou sensivelmente durante o conflito militar entre a Rússia e a ex-república soviética da Geórgia, quando os EUA decidiram apoiar Tbilisi. O tema foi citado hoje como ponto de divergência entre os países. "Reiterei minha crença de que a soberania e a integridade territorial da Geórgia devem ser respeitadas, disse Obama.
Outro ponto de atrito é o projeto americano de construção de um escudo antimísseis no Leste Europeu. Os EUA afirmam que o projeto não representa uma ameaça para a Rússia porque teria como finalidade deter eventuais mísseis lançados do Irã ou da Coreia do Norte.