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A imagem mostra um caminhão seguindo dos EUA para o México: além de aumentar a venda de produtos para o país vizinho, os americanos querem maior fiscalização na fronteira.
Caminhão seguindo dos EUA para o México: além de aumentar a venda de produtos para o país vizinho, os americanos querem maior fiscalização na fronteira. Foto: Paul Ratje | AFP.| Foto:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta sexta-feira (7) em sua conta no Twitter que foi fechado um acordo com o México. Com isso, o plano americano de impor tarifa de 5% sobre produtos mexicanos não será levado adiante. Caso não houvesse o acordo, a tarifa entraria em vigor já nesta segunda-feira.

"Estou feliz em informar que os Estados Unidos da América chegaram a um acordo assinado com o México. As tarifas previstas para serem implementadas pelos EUA na segunda-feira, contra o México, estão portanto indefinidamente suspensas", escreveu Trump.

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Segundo ele, o vizinho se comprometeu a adotar "medidas duras" para conter o fluxo de imigrantes que passam por seu território para tentar chegar aos EUA. Trump afirmou que sua intenção é "reduzir grandemente, ou eliminar" a imigração ilegal que vem do México para os EUA.

Dentro do acordo, o México aceitou em aumentar a fiscalização em sua fronteira com o país para conter a migração irregular. A medida incluirá a implantação de sua recém-criada Guarda Nacional em todo o país, com maior foco na fronteira sul com a Guatemala. Na noite de quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do México havia informado que mobilizará até 6 mil soldados da Guarda Nacional.

Os Estados Unidos ameaçavam impor tarifa de 5% sobre aproximadamente US$ 350 bilhões em produtos provenientes do México, a partir desta segunda-feira (10).

Trump disse pelo Twitter, também, que o governo mexicano concordou em "imediatamente começar a comprar grandes quantidades de produtos agrícolas" de produtores norte-americanos.

De sua parte, os EUA se comprometeram a expandir imediatamente a implementação dos "Protocolos de Proteção aos Migrantes" existentes em toda a fronteira sul, enviando de volta ao México solicitantes de asilo. "Aqueles que atravessarem a fronteira sul dos EUA em busca de refúgio serão rapidamente devolvidos ao México, onde aguardarão o julgamento de seus pedidos de refúgio", diz o comunicado, acrescentando que o México autorizará a entrada de todos por razões humanitárias.

O governo norte-americano também concordou em acelerar vários programas de investimento e desenvolvimento na América Central e no sul do México, dentro do pacote de ajuda de US$ 5,8 bilhões anunciado no ano passado, informou a repórteres o líder da delegação mexicana, o secretário de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard. Os dois países concordaram em finalizar os termos das disposições adicionais no prazo de 90 dias.

No fim das reuniões em Washington, Ebrard afirmou que seu país tomará medidas para desmantelar redes de contrabando humano e trabalhar mais de perto com os EUA para compartilhar informações sobre migrantes. Ele reforçou que o México aceitará o retorno de mais migrantes, que aguardarão a resolução sobre seus pedidos de refúgio nos EUA, e oferecerá a eles licenças de trabalho, educação e serviços de saúde durante enquanto estiverem em território mexicano.

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"Se tivermos sucesso com as medidas que estamos tomando, não há razão para pensar que os números (de imigrantes que chegam à fronteira) vão continuar como estão", declarou Ebrard. Mais de 100 mil migrantes mexicanos cruzam a fronteira do país com os Estados Unidos mensalmente, mas nem todos pedem asilo. Muitos esperam quase um ano para solicitar visto.

Em comunicado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que o país "espera trabalhar lado a lado com o México para cumprir esses compromissos". Pompeo também elogiou a atuação e o "trabalho duro" de Ebrard nas negociações com os EUA. A delegação mexicana realizou reuniões durante toda a semana em Washington. Na quarta-feira, o grupo se reuniu com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, na Casa Branca. Também teve encontros com o secretário de Agricultura, Sonny Perdue, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário interino de Segurança Interna, Kevin McAleenan.

Os EUA são o maior parceiro comercial do México – destino de quase 80% das exportações mexicanas – e muitos economistas alertaram que, se as tarifas tivessem entrado em vigor, a economia mexicana poderia ter entrado em recessão.

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