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Cubanos-americanos participam de protesto em apoio aos manifestantes cubanos, em Miami (EUA), 21 de julho
Cubanos-americanos participam de protesto em apoio aos manifestantes cubanos, em Miami (EUA), 21 de julho| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH/ Gazeta do Povo

Os Estados Unidos impuseram sanções nesta quinta-feira contra o ministro das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) de Cuba, Álvaro López-Miera, e uma unidade militar de elite popularmente conhecida como "boinas negras".

O Departamento do Tesouro americano anunciou em comunicado as sanções, que responsabilizam essas autoridades pela repressão dos protestos contra o governo cubano no dia 11 de julho.

A ditadura de Cuba classificou como "infundadas e caluniosas" as sanções anunciadas nesta quinta-feira. "Rejeito as infundadas e caluniosas sanções do governo #EUA contra o GCE Álvaro López-Miera e a Brigada Nacional Especial", escreveu o chanceler cubano Bruno Rodríguez no Twitter.

López-Miera é homem de confiança do ex-mandatário cubano Raúl Castro, que também ocupou durante décadas o cargo de ministro das FAR. "Boinas negras" é o nome popular da unidade de elite conhecida como brigada especial nacional do Ministério do Interior.

As sanções bloqueiam qualquer ativo que López-Miera ou os integrantes dessa unidade de elite tenham sob jurisdição americana e proíbe que pessoas nos EUA negociem com eles.

"Isto é apenas o começo: os EUA continuarão impondo sanções contra indivíduos responsáveis pela opressão do povo de Cuba", disse o presidente americano, Joe Biden, em comunicado.

O Departamento do Tesouro alegou que o ministério dirigido por López-Miera desempenhou "um papel essencial" na repressão dos protestos em Cuba ao "atacar os manifestantes, prender ou fazer desaparecer mais de cem manifestantes em uma tentativa de suprimir os protestos".

Sobre a brigada especial, o Tesouro afirma que o regime cubano a mobilizou em 11 de julho para "suprimir" os protestos e "atacar os manifestantes" motivo pelo qual considera a unidade responsável por "graves abusos dos direitos humanos".

As sanções foram impostas com base na chamada Lei Magnitsky, legislação americana que permite que os EUA congelem ativos financeiros e proíbam viagens aos que violem os direitos humanos em qualquer país do mundo.

A medida mostra o interesse de Biden em endurecer sua política em relação a Cuba após os protestos, embora durante a campanha eleitoral tenha prometido retomar o processo de degelo com Cuba promovido pelo ex-presidente Barack Obama.

Prisões

Organizações e ativistas estimam em várias centenas o número de pessoas detidas desde o último dia 11, a maioria das quais permanece na prisão - aguardando acusações ou não - enquanto outras foram libertadas.

No dia anterior, veio a público a informação de que 12 cubanos presos nas manifestações foram julgados sumariamente e receberam sentenças de 10 meses a 1 ano de prisão, segundo familiares dos acusados.

Onze dias após as manifestações, as autoridades cubanas insistem em culpar os Estados Unidos e seu embargo econômico intensificado imposto a Cuba como a razão fundamental da grave crise que gerou a escassez, agravada pelo forte surto de Covid-19, o pior desde início da pandemia.

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