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Reprodução de página do Wikileaks com documento vazado | Reprodução
Reprodução de página do Wikileaks com documento vazado| Foto: Reprodução

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse nesta segunda-feira (29) que o país lamenta profundamente o vazamento de informação que deveria continuar secreta, feita pelo site WikiLeaks.

Segundo a chefe da diplomacia americana, o vazamento é "um ataque à comunidade internacional", que mina os esforços norte-americanos para trabalhar em conjunto com outros países.

"Essa divulgação não é apenas um atentado a interesses estrangeiros da política americana. É um ataque à comunidade internacional", disse Hillary a jornalistas após uma reunião com o Ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.

"Quero que vocês saibam que estamos tomando medidas agressivas para responsabilizar quem roubou as informações", acrescentou.

"Ordenei ações específicas no Departamento de Estado, além de novas medidas de segurança no Departamento de Defesa e em outros lugares ... por isso esse tipo de violação não pode e não acontecerá novamente".

Hillary se pronunciou um dia após o site WikiLeaks começar a liberar mais de 250 mil memorandos confidenciais do Departamento de Estado que detalham diversos episódios diplomáticos até então desconhecidos, além de declarações francas sobre vários líderes mundiais.

A Casa Branca qualificou de "delito grave" o vazamento de documentos.

"O roubo de informação secreta e sua divulgação são crime", disse o porta-voz da presidência americana, Robert Gibbs.

"Esta é uma séria violação da lei, uma séria ameaça a indivíduos que trabalham e assessoram nossa política externa", disse a jornalistas, acrescentando que a divulgação destas informações não vai alterar as operações de contraterrorismo.

Gibbs disse que Obama não estava "nada feliz" com o vazamento do conteúdo de documentos diplomáticos.

Investigação

Pouco antes, o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que já há uma investigação criminal "ativa e em curso" sobre o vazamento de documentos do governo americano pelo WikiLeaks, e que as autoridades vão processar os responsáveis.

Holder disse que o governo condena o vazamento, que "põe em perigo não só indivíduos e diplomatas, mas também a relação que temos com nossos aliados no mundo todo".

Para ele, a publicação dos documentos representa "um risco para a segurança nacional" dos EUA.

Neste domingo, os jornais "The New York Times" (EUA), El País (Espanha), Le Monde (França), Die Spiegel (Alemanha) e "The Guardian" (Reino Unido) publicaram o conteúdo de 250 mil correspondências diplomáticas dos EUA, com informações delicadas, o que causou controvérsias em nível internacional.

A investigação criminal é realizada junto ao Departamento de Defesa, para determinar as responsabilidades do vazamento dos documentos.

"Não posso ainda antecipar resultados, mas a investigação criminal está em andamento", disse.

O secretário afirmou que se existem lacunas nas leis do EUA quanto à revelação de informações sigilosas, o governo do presidente Barack Obama procurará a colaboração do Congresso para resolver o problema.

O WikiLeaks divulgou mais de 400 mil arquivos secretos dos EUA sobre a guerra do Iraque em outubro, e dezenas de milhares de documentos militares sobre a guerra do Afeganistão em julho.

Não foram apresentadas acusações federais no caso.

A investigação, até o momento, vem se concentrando em Bradley Manning, antigo analista de inteligência do exército norte-americano no Iraque.

Manning foi detido pelas forças armadas norte-americanas e acusado de divulgar um vídeo confidencial que mostrava um ataque por helicóptero no qual 12 pessoas morreram no Iraque em 2007, entre as quais dois jornalistas da Reuters.

O australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, disse que a investigação norte-americana é sobre o site diretamente. Holder deixou claro que o fato de que Assange seja estrangeiro e não viva nos EUA não o isenta de processo.

"Vamos agir para remover as lacunas nas leis norte-americanas, mas isso não significa que, a essa altura, alguém que não seja cidadão ou residente do país esteja livre das investigações em curso", afirmou o secretário.

Novas medidas

Ao mesmo tempo, a Casa Branca também anunciou que pediu aos órgãos do governo dos EUA que endureçam as medidas de segurança ao lidar com informação classificada, depois do vazamento em massa.

Os novos procedimentos garantirão que usuários não tenham acesso a mais informação do que a estritamente necessária para fazer seus trabalhos.

"Qualquer fracasso na hora de proteger as informações confidenciais (...) é inaceitável e não será tolerado", disse o diretor do Escritório de Orçamento da Casa Branca, Jacob Lew, em uma diretriz transmitida aos chefes de serviço e administrações colocada online nesta segunda no site da presidência americana.

Lew, um dos colaboradores mais próximos do presidente Barack Obama, deu a ordem aos serviços ou administrações que cuidam de informações confidenciais de criar uma equipe para avaliar a questão da segurança.

"É responsabilidade de todos os indivíduos que têm acesso a informações confidenciais proteger os dados capitais para a segurança de nosso país", observou Lew. "Qualquer revelação não autorizada de dados confidenciais constitui uma violação da lei e compromete a segurança do país", acrescentou.

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