Os Estados Unidos rejeitaram nesta quarta-feira (13) a acusação da Rússia que estariam armando os rebeldes na Síria e insistiram que Moscou está enviando helicópteros militares a Damasco, depois que o Ministério de Exteriores russo negou esse fato.
"Os EUA não proporcionaram nenhum tipo de apoio militar à oposição síria. Nenhum", sentenciou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em entrevista coletiva posterior a seu encontro com seu colega indiano, S.M. Krishna.
O titular de Exteriores russo, Sergéi Lavrov, fez essa acusação nesta quarta em resposta a outra formulada por Hillary na terça-feira, quando assegurou que há helicópteros militares da Rússia rumo à Síria.
Apesar de Lavrov ter negado o fato e assegurado que Moscou só enviou "sistemas de defesa antiaérea" como parte de contratos assinados há tempo, a chefe da diplomacia americana manteve sua acusação, ao assinalar que seus comentários de terça-feira foram "muito claros".
"Obviamente, sabemos, porque eles nos confirmam, que seguem enviando armas ao regime sírio", ressaltou Hillary, que pediu que a Rússia colabore com os EUA na busca de uma "via à transição política" para uma Síria que está "degenerando rumo a uma guerra civil".
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, negou também a acusação de Lavrov, ao assegurar que os EUA "não proporcionam nem proporcionaram armas à oposição síria", em sua entrevista coletiva diária.
Segundo Hillary, o único apoio americano foram US$ 52 milhões em ajuda humanitária e médica e um pacote de assistência não-letal, "que inclui equipamentos de comunicações".
A porta-voz de Clinton, Victoria Nuland, não quis dar mais detalhes sobre os helicópteros russos, e se limitou a assinalar que o Departamento de Estado "mantém essa afirmação".
Nuland acrescentou que "os helicópteros russos e de fabricação soviética são a base da frota aérea síria, e estamos vendo como usam esses helicópteros em toda a Síria contra civis".
"Estamos vendo tripés de armas nesses helicópteros que disparam contra povoações em Homs, Hama, Latakia e Idlib. E comprovamos que os russos voltaram a fornecer armas que venderam aos sírios pelo menos até janeiro", comentou a porta-voz.
Tensão
A tensão pelas mútuas acusações entre Hillary e Lavrov complicou a tentativa dos EUA de se aproximarem da Rússia para resolver a equação na Síria, onde consideram crucial a influência russa para convencer o presidente sírio, Bashar al Assad, a ceder o poder a seu vice-presidente.
"Mais que manter um debate a distância com meu colega, peço que sigamos a liderança de Kofi Annan (enviado especial da ONU e da Liga Árabe) e nos reunamos para implementar os pilares de seu plano", afirmou Hillay.
"A Rússia diz que não tem nenhuma paixão particular por Assad e assegura ter um interesse vital na região. Estão arriscando tudo isso se continuarem apoiando militarmente o regime", concluiu.
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