
O Japão relembrou nesta sexta-feira o ataque nuclear norte-americano contra Hiroshima, ocorrido há exatos 65 anos, e pela primeira vez os Estados Unidos enviaram um representante à cerimônia.
Um sino soou pontualmente às 8h15 (hora local), momento exato em que um bombardeiro B-29 apelidado de Enola Gay atirou a bomba na cidade, ao final da Segunda Guerra Mundial. Dezenas de milhares de sobreviventes idosos, crianças e dignitários fizeram um minuto de silêncio, sob o forte sol do verão no sul do Japão.
"Claramente, a urgência da abolição das armas nucleares está permeando a nossa consciência global", disse o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, em discurso seguido por uma revoada de pombas brancas.
Nos fóruns sobre o desarmamento nuclear o Japão costuma lembrar que foi o único país a ter sofrido um ataque com armas atômicas. Dias depois do ataque a Hiroshima, os EUA lançaram outra bomba atômica, sobre a cidade de Nagasaki.
Hoje, EUA e Japão são aliados incondicionais, e o primeiro-ministro Naoto Kan reafirmou a necessidade de o seu país permanecer sob o "guarda-chuva nuclear" norte-americano - ou seja, usando o arsenal nuclear dos EUA em sua defesa. Dois vizinhos do Japão - China e Coreia do Norte - possuem armas atômicas.
"Acho que a dissuasão nuclear continua sendo necessária para a nossa nação num momento em que há fatores obscuros e incertos", disse Kan após a cerimônia, segundo a agência de notícias Kyodo.
A Constituição japonesa de 1947, redigida sob ocupação dos EUA, proíbe o país de manter forças armadas ou de travar guerras. A interpretação aceita é de que o país pode manter forças armadas para fins defensivos.
Refletindo as boas relações entre os dois países e a campanha do presidente dos EUA, Barack Obama, contra as armas nucleares, pela primeira vez um representante norte-americano assistiu à cerimônia em Hiroshima.
"Pelo bem das futuras gerações, precisamos continuar trabalhando juntos para obter um mundo sem armas nucleares", disse o embaixador dos EUA em Tóquio, John Roos, em nota.
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