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Saiba o que pode ser feito com Urânio enriquecido |
Saiba o que pode ser feito com Urânio enriquecido| Foto:

Negociação

Paris rejeita apelo do Brasil por diálogo com Teerã

Folhapress

A França minimizou ontem a posição brasileira sobre o programa nuclear do Irã e disse que continuará a "trabalhar com seus parceiros’’ para fortalecer as medidas que visam dissuadir Teerã da ideia de enriquecer urânio por conta própria.

Não ficou claro se o Brasil estaria ou não entre eles, já que os dois países estreitaram a aliança nos últimos meses e se dizem parceiros estratégicos.

Indagado durante entrevistada coletiva transmitida por internet sobre o que Paris pensava da posição do chanceler Celso Amorim e o que faria para persuadir o parceiro a aceitar punir Teerã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bernard Valero, evitou mencionar diretamente o país.

Mas refutou a ideia de Amorim de que deve haver mais tempo para o diálogo, sem sanções.

"Até este momento, o Irã não respondeu às múltiplas ofertas de diálogo e cooperação que lhe foram colocadas’’, respondeu Valero. "Nessas condições, e segundo a abordagem dupla promovida pelo P-5 +1 (China, Rússia, EUA, Reino Unido, França e Alemanha), que se baseia no diálogo e na firmeza, não nos resta outra opção que não seja trabalhar com nossos parceiros para reforçar essas medidas.’’

Google suspenso

A agência de telecomunicações do Irã anunciou o que descreveu como a suspensão permanente dos serviços de e-mail do Google, afirmando que um serviço nacional de e-mail para cidadãos iranianos será apresentado em breve.

Não estava claro, até a noite de ontem, que efeito a ordem teve sobre os serviços do gmail no Irã.

O Google não comentou o anúncio iraniano.

Os EUA já definiram os contornos da resolução que será submetida ao Conselho de Segu­­ran­­ça (CS) da ONU para impor novas sanções ao Irã. Mas, antecipando-se a possibilidade de a China usar seu poder de veto contra o texto, a Casa Branca decretou on­­tem novas punições unilaterais a Teerã.

Segundo o Departamento do Tesouro, as medidas visam fe­­char o cerco contra a Guarda Re­­volucionária, pedra angular da República Islâmica, acusada pelos EUA de financiar o terrorismo e desenvolver armas de destruição em massa – alusão ao programa nuclear que o Irã nega ter fins bélicos.

As novas punições têm como alvo quatro subsidiárias da Kha­­tam al Anbiya, megaempreiteira usada como braço de construção e engenharia da Guarda Revo­­lucionária – facção de 100 mil ho­­mens que ampara o regime nas esferas militar, ideológica e econômica.

A moção de ontem reforça a proibição (adotada em 2007 sob George W. Bush) de transações dessas empresas nos EUA e o congelamento de quaisquer ativos que tenham sob jurisdição norte-americana. O diretor da Kha­­tam al Anbyia, general Rostam Qasemi, também é visado pelas sanções.

Os EUA alegam que a rede de Qasemi usa sua ampla atuação no Ir㠖 construção de estradas, túneis, projetos agrícolas, gestão do aeroporto de Teer㠖 e contatos no exterior para arrecadar fundos para supostos interesses bélicos iranianos.

As sanções somam-se a uma lista de medidas unilaterais de­­cretadas desde 1980, quando Irã e EUA romperam relações depois que militantes iranianos, em represália ao asilo dado pela Ca­­sa Branca ao xá deposto, tomaram 52 reféns na embaixada ame­­ricana em Teerã. O sequestro du­­rou 444 dias. Céticos dizem que as medidas são inócuas, já que membros do regime iraniano ge­­ralmente não buscam viajar aos EUA nem fa­­zer contatos com empresas americanas.

Em complemento às sanções unilaterais, os EUA pressionaram o CS a adotar três ciclos de pu­­nições contra o Irã desde 2002, quando foi revelada a existência de atividades nucleares de Teerã não notificadas à agência da ONU (AIEA).

A Casa Branca segue buscando emplacar uma quarta rodada de medidas no CS. Segundo revelou ontem o jornal The New York Times, o novo texto pretende ampliar a lista de iranianos proibidos de viajar e o de empresas com bens bloqueados no exterior. Para convencer a China, re­­ceosa em punir o aliado persa, que lhe fornece petróleo, os EUA estariam costurando um acordo com as monarquias do golfo Pérsico para assegurar o abastecimento de Pequim.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Sergei Ryabkov, classificou como "mais realistas" as propostas de novas sanções ao Irã. Obama elogiou a nova posição da Rússia – única aliada do Irã entre as potências mundiais.

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