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Inscrição na bandeira palestina pede à União Europeia que siga o apelo de 900 mil pessoas na internet | Thierry Roge/Reuters
Inscrição na bandeira palestina pede à União Europeia que siga o apelo de 900 mil pessoas na internet| Foto: Thierry Roge/Reuters

Pressão

Ativistas colocam bandeira na União Europeia

Ativistas instalaram uma grande bandeira palestina nas proximidades da sede da União Europeia (UE), em Bruxelas, ontem, numa tentativa de encorajar o bloco a reconhecer de forma unânime o Estado palestino durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no final deste mês.

A ação dos ativistas ocorreu no mesmo momento em que o governo de Israel declarou que está fazendo de tudo para impedir uma votação na Assembleia-Geral da ONU a favor da adesão de um Estado palestino à entidade. Gilad Erdan, ministro do gabinete de Israel, disse que o governo realiza no momento "todos os esforços que podemos para evitar o erro de uma declaração unilateral" de independência da parte dos palestinos

Ontem, o porta-voz da chancelaria egípcia, Amir Rushdi, disse que a chefe da política externa da UE, Catherine Ashton, em visita ao Cairo, declarou ao ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohammed Amir, que a UE ainda estuda que posição adotará sobre a questão palestina. Ashton fez o comentário após o ministro egípcio lhe ter dito que não apenas o Egito, mas também os outros países árabes apoiam os palestinos porque as negociações com Israel não levaram à paz.

Recentemente, líderes da UE disseram que não podem assumir uma posição sobre uma resolução que ainda não tem texto e que as diferenças entre palestinos e israelenses devem ser resolvidas por meio de negociações.

A bandeira exibida em Bruxelas tem altura de quatro andares e traz a mensagem "913.171 pessoas dizem: UE, RECONHEÇA A PALESTINA!", uma referência ao número de assinaturas que a Avaaz, a organização não governamental que planejou a manifestação, afirma ter reunido. A ONG também divulgou ontem uma pesquisa realizada pelo instituto britânico YouGov que mostra que o reconhecimento do Estado palestino é apoiado por 76% dos alemães; 59% dos britânicos e por 69% dos franceses.

"O povo europeu deu a seus líderes uma ordem clara", disse Alice Jay, da Avaaz. A organização está sediada nos Estados Unidos.

Agência Estado

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem à noite numa coletiva de imprensa em Washing­­ton que seu governo é contrário ao reconhecimento do Estado palestino na ONU.

O presidente afirmou que seu país se "oporia firmemente" a uma potencial solicitação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que a Palestina passe a integrar o organismo, atualmente com 193 países, como um Estado.

Obama acrescentou que tal re­­conhecimento só serviria de "distração e não resolveria o problema" entre israelenses e palestinos.

Segundo informações divulgadas pelos palestinos nos últimos meses, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mah­­moud Abbas, deve solicitar à ONU a entrada da Palestina como Esta­­do no dia 23 de setembro.

"Já foi confirmada a data do discurso de Mahmoud Abbas: é 23 de setembro. Acho que ele aproveitará essa possibilidade para anunciar nossa solicitação de in­­gresso na ONU", disse Nabil Sha­­ath, o responsável de Relações Ex­­teriores do movimento Fatah re­­centemente.

O diplomata não descartou que a solicitação palestina não receba o apoio das Nações Unidas, devido à oposição de alguns países, como os Estados Unidos, principal aliado de Israel. "Se for necessário, nos dirigiremos aos tribunais internacionais", disse.

Shaath fez tais afirmações no fim de agosto durante uma visita à Rússia, país que já antecipou que apoiará a solicitação palestina perante as Nações Unidas.

O "Estado da Palestina" proposto possui as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1967. Ele in­­clui Gaza, Cisjordânia e, como capital, Jerusalém Oriental.

O procedimento estabelecido para que um país seja admitido como novo Estado membro da ONU estipula que, após apresentar a solicitação formal à Secretaria-Geral, nove dos 15 membros do Conselho de Segurança devem apoiá-lo, entre eles os cinco permanentes com direito de veto.

Em caso da proposta ser aceita o Conselho recomenda então à Assembleia-Geral debater a incorporação do novo membro, que deve ter a aprovação de dois terços da câmara.

Rússia reconhece

Em oposição aos EUA, a Rússia anunciou ontem que vai apoiar o pedido palestino de reconhecimento na ONU. O enviado russo às Nações Unidas, Vitaly Churkin, disse ao canal Ros­­siya-24 que o governo russo vai apoiar qualquer abordagem que os palestinos adotarem em seus esforços para conseguir a filiação à ONU.

Interatividade

Qual deve ser a posição do Brasil em relação ao reconhecimento do Estado da Palestina na ONU?

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