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Cartaz fixado no portão do Consulado britânico, em São Paulo, pede a libertação do criador do WikiLeaks. Ontem, o Brasil foi mais uma vez tema do site | Nacho Doce/ Reuters
Cartaz fixado no portão do Consulado britânico, em São Paulo, pede a libertação do criador do WikiLeaks. Ontem, o Brasil foi mais uma vez tema do site| Foto: Nacho Doce/ Reuters

Venezuela

Americanos temem mísseis em Caracas

Washington - Os Estados Unidos tentaram impedir a entrega de mísseis antiaéreos russos à Venezuela em 2009, devido a preocupações de que Caracas poderia repassá-los às guerrilhas marxistas na Colômbia ou a traficantes de drogas mexicanos, afirmou o jornal The Washington Post, na edição de ontem, citando documentos diplomáticos americanos vazados pelo site WikiLeaks.

A Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez lidera um governo com forte sentimento contra os EUA, recebeu pelo menos 1.800 mísseis SA-24 da Rússia, disse o jornal, citando dados da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre controle de armas.

As comunicações secretas norte-americanas diziam que o país estava preocupado com a aquisição de armamento russo por Caracas, incluindo helicópteros, caças Sukhoi e 100 mil fuzis Kalashnikov, segundo o jornal.

O veículo citou uma informação do Departamento de Estado dos EUA de 10 de agosto de 2009 direcionada à Europa e à América do Sul dizendo que as vendas de armas russas à Venezuela somaram "mais de 5 bilhões de dólares no ano passado e que elas estão crescendo".

A preocupação com os planos espanhóis para vender aviões e barcos de patrulha para a Venezuela também foi citada na mensagem.

A Rússia reportou ao Registro de Armas Convencionais da ONU no início deste ano que as compras totalizaram 1.800 mísseis, disse o Washington Post. O general da Força Aérea dos EUA Douglas Fraser disse publicamente neste ano que a Venezuela poderia comprar até 2.400 mísseis.

O especialista em mísseis Matt Schroeder, em Washington, afirmou ao jornal que os mísseis russos estão entre os mais sofisticados do mundo e que podem derrubar aviões a quase 6.000 metros.

Reuters

Agência de notícias suspende falsário

A agência de notícias paquistanesa Online News, ligada a Is­­lamabad, suspendeu o diretor responsável pela publicação, na semana passada, de falsos documentos diplomáticos americanos contra a Índia.

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São Paulo - Um telegrama da embaixada dos Estados Unidos no Brasil em 2009, assinado na ocasião por Clifford Sobel, cita vulnerabilidade de Brasília a potenciais ataques terroristas, uma vez que os procedimentos para fechamento do espaço aéreo foram desenvolvidos com foco nas vastas áreas no norte do País, para combate à ação de aeronaves traficando drogas, e não para coibir potenciais ataques a cidades.

A mensagem diz que o roubo de uma aeronave de pequeno porte ativou procedimentos de fechamento do espaço aéreo no Brasil. A proximidade com o Distrito Federal foi vista como uma ameaça, com a possibilidade de uma aeronave ser utilizada como arma.

O telegrama foi colocado ontem na página do WikiLeaks na internet e faz parte dos documentos diplomáticos vazados no website.

O roubo do monomotor ocorreu em Luziania, em Goiás, no entorno do Distrito Federal, em 2009. Depois de duas horas, a aeronave foi jogada, propositalmente, contra um estacionamento em Goiânia, segundo relatos no telegrama. "O incidente foi notável, pois provocou uma rara ativação dos procedimentos de fechamento do espaço aéreo brasileiro", acrescenta o telegrama vazado no site do WikiLeaks.

Diante da proximidade com o Distrito Federal e a falta de qualquer plano de voo, a Contro­­ladoria de Tráfego Aéreo notificou o Controle de Defesa Aérea, que enviou aviões da Base Aérea de Anápolis para interceptar, observar e tentar comunicação, continua o documento.

"Quando o avião, repentinamente, rumou para uma área densamente povoada e para um shopping center, os controladores a viram como uma ameaça, com a possibilidade de que o avião roubado pudesse ser usado como uma arma", relatou o Co­­mando de Defesa Aérea para o chefe da Força Aérea, brigadeiro Junito Saito, de acordo com o documento publicado no site do WikiLeaks.

Saito entrou em contato com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de ordenar o fechamento do espaço aéreo como ameaça aos civis. Durante as discussões, o avião caiu sobre o estacionamento do shopping.

A avaliação de vulnerabilidade do espaço aéreo de Brasília a uma "potencial ação terrorista", na opinião da embaixada dos EUA no Brasil, tem origem no questionamento de Sobel, "uma vez que uma decisão não teria sido tomada em tempo para im­pedir o piloto, se ele tivesse sido capaz de colidir com seu alvo ou outro prédio, incluindo Brasília".

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