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Os países da zona do euro vão ajudar a Grécia, se necessário, afirmou o presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, indicando que o governo grego não pediu ajuda financeira. No entanto, Van Rompuy não forneceu detalhes sobre como a ajuda será concedida e não deu indicações de que um socorro direto à Grécia é iminente. Os líderes europeus se reuniram hoje em Bruxelas e emitiram um comunicado de apoio à Grécia - mas não ofereceram um pacote de resgate à dívida grega, que jogou o euro na maior crise desde que a moeda europeia foi lançada há 11 anos.

"Os Estados membros da área do euro vão tomar atitudes determinadas e coordenadas se necessário para salvaguardar a estabilidade na área do euro como um todo", afirmou Van Rompuy. Segundo o presidente da União Europeia, a Grécia pode necessitar de mais medidas orçamentárias e a Comissão deve propor novas medidas em março.

Os mercados reagiram de maneira fria à vaga promessa de ajuda. Analistas alertaram que as preocupações a respeito de uma possível moratória da Grécia não foram afastadas, apesar das garantias do governo grego de que cortará o seu gigantesco déficit. O déficit do orçamento grego é o maior entre os países da União Europeia e chegou a 12,7% do Produto Interno bruto (PIB) no ano passado. O primeiro-ministro grego, George Papandreou, se comprometeu a cortar o déficit para 8,7% do PIB em 2010. A Grécia precisa tomar emprestados € 54 bilhões (US$ 75 bilhões) dos mercados de bônus neste ano para cobrir o rombo no orçamento. Até agora, o país tem sido capaz de pegar dinheiro emprestado nos mercados, mas enfrenta taxas de juros cada vez maiores, à medida que os mercados precificam um risco maior de uma possível moratória.

A Alemanha, país mais rico da União Europeia, disse estar pronta para ajudar se necessário. A chanceler alemã Angela Merkel disse que as nações da zona do euro estarão "ombro a ombro com a Grécia". Ela ressaltou que a Grécia não pediu ajuda financeira e se comprometeu a fazer grandes cortes no orçamento de 2010.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, não descartou nenhuma opção, ao dizer que "nós retemos a possibilidade de reexaminar isso após observações". Mas Sarkozy não disse o que mais os países europeus poderão oferecer à Grécia.

Van Rompuy disse que a Grécia - que está trabalhando para cortar seus gastos - está adotando "medidas adicionais" para colocar seu orçamento no lugar. "Nós pedimos que o governo grego implemente todas essas medidas de uma maneira rigorosa e eficaz", acrescentou.

Van Rompuy destacou que os líderes viram os problemas da Grécia como um problema da zona do euro e que os países que usam o euro têm "responsabilidade compartilhada".

A Grécia enfrenta dificuldades para lidar com seu crescente déficit orçamentário. A dívida do país espalhou temor entre os investidores de que o governo grego pudesse declarar default (moratória), o que afetou outros países altamente alavancados da zona do euro, como Portugal e Espanha, e o próprio euro.

APOIO PSICOLÓGICO - O primeiro-ministro grego disse ao site do jornal francês Le Monde que não pretende buscar assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI). Papandreou disse que não pediu ajuda ao FMI e não planeja buscar essa solução, segundo o jornal, mas o país está contando com suporte da Europa.

"A Grécia precisa do suporte psicológico e político da Europa", afirmou Papandreou na entrevista. "A Europa deveria dizer: 'Sim, a Grécia é digna de crédito e nós garantimos que seu plano é realista'", acrescentou.

"Se as especulações continuarem, isso se tornará uma questão para a zona do euro e a Europa, uma questão de vontade coletiva para controlar a especulação", disse Papandreou. Temores de que a Grécia possa declarar default de sua dívida vêm agitando os mercados de ações, dívida e moedas durante as últimas semanas.

O primeiro-ministro também afirmou que não haverá uma transição fácil para a Grécia.

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