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Bagdá – Os advogados do ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein, e de seis de seus antigos colaboradores, vão recorrer de todas as sentenças pronunciadas domingo pelo Tribunal Especial Iraquiano. Saddam e dois de seus ajudantes foram condenados à morte pelo assassinato, em 1982, de 148 xiitas.

O advogado Khalil Al-Dulaimi disse que sua equipe recorrerá das decisões judiciais: ele desautorizou a sentença, classificando o veredicto como "nulo" e "um arremedo de justiça". Al-Dulaimi disse ainda que a sentença favorece o presidente dos EUA, George W. Bush, nas eleições legislativas de hoje.

A apelação demorará vários dias, já que a defesa ainda não recebeu oficialmente a decisão judicial. O recurso deve ser examinado pelos nove juízes da Corte de Apelações. Os juízes terão 20 dias para apresentar suas conclusões. As deliberações da Corte poderão durar semanas ou meses. Acredita-se que – caso a punição seja confirmada – Saddam seja enforcado em 2007.

Na Europa, líderes do continente fizeram um apelo para que o ex-ditador não seja executado. "A Grã-Bretanha é contra a pena de morte, seja para Saddam ou para qualquer um", disse o primeiro-ministro Tony Blair. Cauteloso, o maior aliado dos Estados Unidos valorizou o fato de o julgamento ter sido realizado por iraquianos. Negou-se, porém, a comentar uma possível pena alternativa para Saddam, dizendo que tal decisão caberia aos cidadãos do país.

Declarações semelhantes partiram da Itália. "Mesmo num caso dramático como o de Hussein, somos contra a pena de morte", disse o premier Romano Prodi. O chanceler Massimo D’Alema alertou para as conseqüências que o enforcamento poderia trazer: "Na situação difícil em que o Iraque se encontra hoje, a execução de Saddam Hussein pode empurrar o país para uma ampla guerra civil."

O chanceler francês, Philippe Douste-Blazy, afirmou que a UE pedirá às autoridades do Iraque que não executem o ex-ditador. Douste-Blazy afirmou que toda a UE é contra a pena de morte e que haverá um acordo com os países do bloco para "decidir em breve como levar a opinião européia às autoridades iraquianas".

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