
O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla foi condenado ontem a 50 anos de prisão por executar um plano sistemático de roubo de bebês de prisioneiras que eram sequestradas, torturadas e mortas durante a repressão dos militares contra dissidentes de esquerda, três décadas atrás.
O roubo de bebês distanciou a ditadura militar argentina das outras da América Latina. Videla e o restante da junta militar estavam determinados a remover todos os traços do movimento guerrilheiro armado que considerassem uma ameaça ao futuro do país.
Segundo dados oficiais, 13 mil pessoas pereceram durante a "guerra suja". Muitas eram mulheres grávidas que deram à luz em maternidades clandestinas. O último ditador argentino, Reynaldo Bignone, também foi condenado e recebeu uma sentença de 15 anos de prisão.
Outras nove pessoas, a maioria ex-militares e ex-policiais, também foram julgadas. O processo se concentrou nos roubos de 34 bebês. Sete dos acusados foram condenados e duas considerados inocentes.
Ativistas de direitos humanos têm usado o DNA para ajudar 106 pessoas que foram roubadas na prisão, quando eram bebês, a recuperar suas verdadeiras identidades. Muitas foram criadas por oficiais militares ou seus aliados. Videla, de 86 anos, e Bignone, de 84, já cumprem prisões perpétuas por outros crimes contra a humanidade. Eles são mantidos atrás das grades embora a lei argentina geralmente permita que criminosos acima de 70 anos cumpram suas sentenças em casa.
-
Falta de exigência e ideologização do ensino retêm Brasil entre lanternas da educação no mundo
-
Reconhecida internacionalmente, Marina Silva tem influência limitada no governo Lula
-
Como Lula e o Brasil acompanham a crise provocada por Maduro
-
Veículos militares enviados a Roraima não são “tanques” e geram efeito dissuasório limitado