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O general argentino Videla durante julgamento | Juan Mabromata/AFP
O general argentino Videla durante julgamento| Foto: Juan Mabromata/AFP

O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla foi condenado ontem a 50 anos de prisão por executar um plano sistemático de roubo de bebês de prisioneiras que eram sequestradas, torturadas e mortas durante a repressão dos militares contra dissidentes de esquerda, três décadas atrás.

O roubo de bebês distanciou a ditadura militar argentina das outras da América Latina. Videla e o restante da junta militar estavam determinados a remover todos os traços do movimento guerrilheiro armado que considerassem uma ameaça ao futuro do país.

Segundo dados oficiais, 13 mil pessoas pereceram durante a "guerra suja". Muitas eram mulheres grávidas que deram à luz em maternidades clandestinas. O último ditador argentino, Reynaldo Bignone, também foi condenado e recebeu uma sentença de 15 anos de prisão.

Outras nove pessoas, a maioria ex-militares e ex-po­­liciais, também foram jul­­ga­­das. O processo se concen­­trou nos roubos de 34 bebês. Sete dos acusados foram condenados e duas considerados inocentes.

Ativistas de direitos humanos têm usado o DNA pa­­ra ajudar 106 pessoas que foram roubadas na prisão, quando eram bebês, a recuperar suas verdadeiras identidades. Muitas foram criadas por oficiais militares ou seus aliados. Videla, de 86 anos, e Big­­none, de 84, já cumprem prisões perpétuas por outros crimes contra a humanidade. Eles são mantidos atrás das grades embora a lei argentina geralmente permita que criminosos acima de 70 anos cumpram suas sentenças em casa.

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