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Curitiba – A ação diplomática na Bélgica, em 2004 e 2005, mudou a vida do embaixador brasileiro Jeronimo Moscardo, que já representou o Brasil em vários outros países, na Unesco e também foi ministro da Cultura no governo Itamar Franco. Chamado a servir em Bruxelas, Moscardo resolveu aplicar por lá as lições de diplomacia participativa tiradas de um plano-piloto criado pela Fundação Getúlio Vargas.

O diplomata, que agora preside a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, esteve em Curitiba esta semana para ministrar palestra em um evento promovido pelo Centro de Relações Internacionais do Paraná (Cepri), diz que a experiência belga transformou seu modo de ver a diplomacia.

"Na Bélgica há 10 mil brasileiros. Com a diplomacia participativa aproximei essa comunidade. Foram eleitos 20 líderes que se transformaram em ‘embaixadores voluntários’", cuja missão era amar o Brasil. "Isso criou uma sinergia entre a embaixada e a comunidade. Todo brasileiro é expert em Relações Públicas e, por isso, acabamos conquistando o título de melhor embaixada em Bruxelas."

A figura solitária e protocolar do embaixador já não serve mais, hoje também é preciso ter a ajuda da comunidade, defende. "Decidi clonar a figura do embaixador", brinca. Os voluntários de diferentes experiências profissionais eram convidados a representar o Brasil em eventos formais. "Eles tinham inclusive cartões de apresentação", diz o diplomata, um homem incansável quando se trata de defender as vantagens da diplomacia participativa, que sonha ver aplicada em outras embaixadas.

Moscardo, no entanto, sabe que a idéia não pode ser imposta. É preciso, antes, que a proposta conquiste a comunidade. "A sociedade pode mais que o governo. Se imaginarmos que o governo pode tudo, isso frustra, atropela e inibe as iniciativas. Acho que essa é a essência do projeto", resume.

DoaçõesDurante a palestra realizada a convite do Cepri, Moscardo também defendeu a partilha de conhecimentos e anunciou que os livros editados pela Funag passarão a fazer parte do acervo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trata-se de uma parceria pioneira que deve ser repetida em outras universidades brasileiras.

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