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Advogados de defesa da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko disseram nesta quinta-feira (16) que não há base legal para um processo criminal contra ela e iniciaram um novo recurso contra sua condenação do ano passado por abuso de poder.

A pena de sete anos imposta a ela em outubro azedou as relações da ex-república soviética com a União Europeia, que a vê como vítima de uma perseguição do presidente Viktor Yanukovich. Mas o governo, ao invés de indultá-la, apresentou novas acusações.

Num processo em separado, que já foi adiado diversas vezes pelo fato de a ré estar internada com problemas na coluna, ela é acusada de enriquecimento ilícito e evasão fiscal, crimes supostamente ocorridos quando ela era executiva do setor privado, na década de 1990.

A condenação por abuso de poder, tema do recurso protocolado em Kiev, diz respeito a um contrato de 2009 com a Rússia para o fornecimento de gás, na época em que ela chefiava o governo.

O atual governo diz que o acordo impôs preços exorbitantes à Ucrânia para a importação de gás.

Por causa da ausência de Yulia, internada em um hospital público de Carcóvia, a tramitação do recurso também foi adiada várias vezes. Nesta quinta-feira, porém, seus advogados autorizaram seu prosseguimento mesmo com a ausência da ré.

O advogado dela, Olexander Plakhotniuk, disse ao tribunal que a sentença imposta em outubro foi ilegal por ter se baseado na aplicação de leis penais.

Parlamentares aliados da ex-primeira-ministra foram repreendidos pelo juiz durante a audiência ao tentarem colocar no tribunal uma reprodução de uma pintura renascentista que mostra um juiz corrupto sendo esfolado vivo, segundo a agência de notícias Interfax.

Yulia nega ter agido contra os interesses da Ucrânia e se diz vítima de uma vingança política de Yanukovich, que a derrotou no segundo turno da eleição presidencial de fevereiro de 2010.

Em 2004, ela foi uma das líderes da chamada Revolução Laranja, que inviabilizou a primeira candidatura presidencial de Yanukovich. Ela acabou ascendendo ao poder, mas sem conseguir formar um governo forte e unido.

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