A Assembleia Popular de Belarus, principal órgão do poder popular do país, aprovou nesta quinta-feira (25) sua nova doutrina militar, de olho na guerra na Ucrânia, nas tensões com o Ocidente e nas armas nucleares táticas instaladas pela Rússia na ex-república soviética.
“Há preocupações sobre os eventos na Ucrânia: eles estão nos enviando sabotadores e coisas do gênero. Por enquanto, estamos lidando com isso, mas ainda estamos mais ou menos relaxados [...] No entanto, a situação pode mudar a qualquer momento", alertou o ditador de Belarus, Alexander Lukashenko, pouco antes da votação.
Lukashenko, que este ano comemora três décadas à frente da liderança do país, pediu que Belarus “não relaxasse” e se “preparasse” para possíveis ataques do exterior.
A nova redação da Doutrina Militar não introduziu mudanças significativas e manteve o caráter defensivo declarado da política militar bielorrussa, enquanto a Doutrina de Segurança incluiu temas como a defesa da família tradicional, o desenvolvimento proporcional das regiões e o aumento da responsabilidade corporativa.
Lukashenko aproveitou a ocasião para exibir novamente as armas nucleares táticas da Rússia posicionadas em seu território desde 2023.
“Não amedrontamos ninguém com armas nucleares, não atacamos ninguém, mas se o Ocidente atacar o país receberá uma resposta imediata com todos os tipos de armas”, declarou.
Nesse sentido, lembrou que, há muitos anos, Belarus tinha as armas nucleares mais modernas de sua época, acrescentando que teve até mesmo a oportunidade de “abraçar” uma ogiva nuclear estratégica.
“O retorno das armas nucleares estratégicas pode não ser necessário, mas as armas táticas certamente devem estar presentes no território de Belarus”, enfatizou Lukashenko.
A Assembleia Popular de Belarus, que foi criada em 1996 e é o principal órgão do poder popular após um controverso referendo constitucional em março de 2022, boicotado pela oposição, elegeu Lukashenko como seu presidente na quarta-feira (24).
A oposição acredita que o líder bielorrusso poderia se manter no poder mesmo que deixasse de ser presidente do país, graças ao controle desse órgão, que tem amplos poderes políticos. (Com Agência EFE)
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