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 | Daniel Dereveck/Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Dereveck/Gazeta do Povo

Estado de alerta

Algumas dicas para garantir que sua vida pessoal online não acabe sendo discutida no tribunal:

- Cuidado com os amigos que se tornam inimigos: Enfrentar um divórcio é um processo que en­­volve muitos aspectos emocionais. O desejo de falar mal do outro é grande, mas também pode ser grande a pressão para que os amigos tomem partido. "Eles pensam que essas pessoas podem ajudá-las a superar isso", afirmou Marlene Eskind Moses, uma advogada es­­pe­­cialista em direito familiar em Nashville, no Tennessee, atualmen­­te presidente da academia de elite dos advogados especializados em divórcio. "É a pior hora possível para compartilhar seus sentimentos online."

Leia a matéria completa.

De cair o queixo

Advogados especia­­lizados em divórcios falam sobre alguns dos casos clássicos encontrados que envolvem a internet:

- O marido vai até o site Match.com e declara ser solteiro e sem filhos, enquanto tenta na justiça obter a custódia de suas crianças.

- O marido nega ter problemas para conter sua raiva, mas escreve no Facebook no espaço "escreva algo sobre você" : "Se tiver peito para chegar na minha cara, vou chutar seu traseiro até você di­­zer chega."

- O pai busca a custódia dos filhos, alegando (entre outras coisas) que a ex-mulher nunca comparece aos eventos dos filhos. São encontradas provas do site World of Warcraft de que ela e seu namorado estavam se divertindo na rede, no momento em que deveriam estar com as crianças. A mãe adora a brincadeira Farm­­ville do Facebook, mas usa nas horas erradas.

- A mãe nega no tribunal ser uma usuária de maconha mas coloca no Facebook uma foto se divertindo com um baseado.

Fonte: Agência Estado.

O excesso de exposição nas redes sociais levou a um fenômeno in­­verso ao dos namoros virtuais: a maior facilidade de obter provar em casos de di­­vórcio. A Academia Americana de Advogados Matri­­moniais afirma que 81% de seus membros usaram ou enfrentaram provas extraídas de sites como Facebook, MySpace, Twitter e outras redes sociais, in­­cluindo YouTube e LinkedIn, nos últimos cinco anos.

"Tive até alguns casos engraçados", lembra Linda Lea Viken, presidente eleita do grupo, com 1.600 membros. "É muito, muito co­­mum em meus casos recentes."

O Facebook está no topo da lista dos sites que passam da realidade virtual para o drama real do divórcio, segundo Linda.

Sessenta e seis por cento dos advogados pesquisados citaram o Facebook como uma fonte de provas online, segundo ela. O MySpace vem atrás, com 15%, seguido pelo Twitter, com 5%.

Cerca de um em cada cinco adultos usam o Facebook para flertar, de acordo com um relatório de 2008 do Pew Internet and American Life Project. Porém não é apenas uma foto em que o companheiro beija a amante que aparece como prova. Há casos em que o pai força o filho a excluir a mãe de sua lista de amigos, afastando a ex-companheira das crianças.

"Esse tipo de prova começou a crescer muito em meus casos, e é muito fácil lidar com eles", disse Linda."

Um site que detalha os passos para se fazer um divórcio, do Rei­­no Unido, mostra que a palavra "Facebook" apareceu no ano passado em cerca de 20% das petições tratadas pelo grupo.

Os advogados especializados Ken e Leslie Matthews, um casal de Denver, no Colorado, não encontra tantas pérolas online. Eles estimam que um em cada dez casos envolvam provas do tipo, comparados com um caso raro ou ne­­nhum caso há três anos. Apesar disso, trata-se de uma prova poderosa para usar diante do juiz, notam eles.

"É possível encontrar informação que você nunca conseguirá em um processo normal, de modo algum", disse Leslie. "As pessoas tagarelam muito no Facebook. Elas não percebem que o que elas afirmam nos processos de divórcio é completamente di­­ferente do que elas dizem no Fa­­ce­­book. Nem ocorre a elas que serão descobertas."

As redes sociais também são um meio oportuno para campanhas de críticas e difamações entre ex-companheiros, às vezes gerando processos extras por causa disso. "São provas muito boas", diz Linda. "Você não consegue criar uma página falsa no Facebook. Os juízes não terão problemas em descobri-la."

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