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Curitiba – Após 35 anos no poder paraguaio, o general Alfredo Stroessner deixou seu país em 5 de fevereiro de 1989. Antes de seu exílio imposto por 17 anos em Brasília distante de qualquer atividade, Stroessner passou pelo menos 2 meses em sua residência em Guaratuba, no litoral do Paraná.

Esta é a lembrança do paraguaio Basílio Zayas, de 57 anos, que trabalha para a família Stroessner como caseiro em Guaratuba há mais de 20 anos. O caseiro diz que a família ainda mantém a propriedade no litoral. "Para muitos paraguaios Stroessner foi um bom presidente. Em seu governo, a economia estava melhor e havia emprego, por exemplo. Hoje a juventude no Paraguai migra porque não tem perspectiva."

Zayas recorda de Stroessner como uma pessoa tranqüila e que gostava muito de pescar. "Sempre que podia vinha a Guaratuba. Ele gostava muito daqui." Boa parte dos paraguaios gostaria que Stroessner fosse enterrado em solo paraguaio, diz Zayas.

O candidato a deputado estadual Nelson Justus (PFL-PR) comenta que teve um bom relacionamento com Stroessner na época em que o general esteve exilado em Guaratuba. "Éramos vizinhos no litoral. Ele gostava muito de praia. Era um homem simples e agradável. Fazíamos churrascos e conversávamos bastante sobre futebol e música."

Justus diz que Stroessner se sentia à vontade em Guaratuba e acredita que sua ida a Brasília "deve ter sido um martírio", já que o general adorava pescar. "Stroessner foi um grande líder no Paraguai. Amado e odiado. O general queria muito voltar ao Paraguai." O deputado conta que um dos quitutes prediletos de Stroessner era pé-de-moleque. "Nos conhecemos quando ele veio me perguntar sobre como era a Banda de Guaratuba."

Outros líderes paraguaios também viveram temporariamente no Paraná. O ex-presidente paraguaio Raúl Cubas, que ficou exilado no Brasil de 1999 a 2002, morou em Curitiba por quase dois anos e meio.

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