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A maior guerrilha colombiana anunciou nesta segunda-feira sua intenção de levar ao bloco regional Unasul seus pontos de vista sobre o conflito interno no país e sobre uma possível saída negociada.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) fizeram o anúncio depois de o presidente Juan Manuel Santos rejeitar a mediação de governos estrangeiros e de líderes políticos para um processo de paz com a guerrilha.

Santos, recém-empossado no cargo, condiciona o diálogo à libertação de reféns da guerrilha, ao fim das suas atividades criminais e à aceitação por parte dos rebeldes de que poderão depor as armas durante o processo.

"Senhores presidentes, quando considerem oportuno estamos dispostos a expor numa assembleia da Unasul nossa visão sobre o conflito colombiano", disseram as Farc em declaração difundida pela Agência de Notícias da Nova Colômbia, órgão de comunicação da guerrilha.

"A paz da Colômbia é a paz do continente," acrescentou a nota, na qual o grupo admite estar sofrendo a maior ofensiva militar desde a sua fundação, em 1964.

A União das Nações Sul-Americanas (Unasul), grupo que reúne todos os países sul-americanos, ainda não se pronunciou, mas membros do governo já rejeitaram a hipótese de que as Farc tenham espaço nesse fórum.

O ministro da Defesa colombiano, Rodrigo Rivera, afirmou que seria "inaceitável" a presença da guerrilha em um organismo internacional, e o vice-presidente Angelino Garzón reiterou que o governo de Santos não necessita de intermediários para abrir um diálogo.

"Que (as Farc) sejam capazes de dizer ao povo colombiano que essa violência não tem sentido, não tem justificativa. Se o fizer, o próprio presidente já disse que para construir caminhos de paz ele não precisa de intermediários", disse Garzón, que começou a reassumir suas funções, duas semanas após uma cirurgia cardíaca.

O Equador, país que ocupa a presidência rotativa da Unasul, disse que o governo colombiano tem de ser ouvido sobre o pedido das Farc.

"Nós, como governo do Equador e atualmente na presidência da Unasul, respeitaremos absolutamente os critérios que o governo da Colômbia tiver em relação a essa comunicação por parte das Farc", afirmou o chanceler Ricardo Patiño a jornalistas.

O anúncio das Farc poderia ser um esforço para recuperar protagonismo em nível internacional, de acordo com analistas.

O grupo rebelde, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, perdeu espaço ultimamente nos países da América Latina, onde seus líderes costumavam difundir sua posição.

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