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| Foto: Justin Sullivan/AFP

Investigadores federais americanos conseguiram um mandado para examinar os e-mails recém-descobertos relacionados ao servidor privado da candidata Hillary Clinton, enquanto líderes democratas reagiram com fortes acusações contra o diretor do FBI por supostamente tentar influenciar a eleição presidencial e infringir a lei.

O mandado autoriza a Agência Federal de Investigação (FBI) a examinar os e-mails e ver se as correspondências eletrônicas são relevantes para sua investigação sobre o servidor privado de e-mails usado para trabalhos governamentais por Hillary, candidata presidencial democrata, enquanto ela servia como secretária de Estado de 2009 a 2013.

Hillary afirma que investigação de e-mails privados é “profundamente preocupante”

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O diretor do FBI, James Comey, recebeu grande pressão de democratas no domingo para divulgar rapidamente detalhes dos e-mails, na medida em que aliados de Hillary temem que uma controvérsia prolongada possa se estender para além da eleição de 8 de novembro e prejudicar a transição de Hillary caso seja eleita presidente.

O líder democrata no Senado, Harry Reid, enviou uma carta a Comey no domingo sugerindo que ele teria violado uma lei que proíbe o uso de uma posição governamental federal para influenciar uma eleição.

“Suas ações nos últimos meses demonstraram um duplo padrão perturbador para o tratamento de informações confidenciais, o que parece ser uma clara intenção de ajudar um partido político em detrimento de outro”, afirmou. “Meu gabinete determinou que essas ações podem violar a lei Hatch, que proíbe funcionários do FBI do uso de autoridade pública para influenciar a eleição. Através de sua ação partidária, pode ter quebrado a lei”.

Na sexta-feira, Comey anunciou a reabertura da investigação – que havia sido arquivada em julho – sobre o uso de um servidor privado quando Hillary era secretária de Estado, diante da descoberta de novos e-mails.

Em julho, Comey, que é republicano, criticou a democrata pelo uso inadequado de informação sigilosa, mas considerou não haver provas para apresentar acusações contra ela.

A diferença entre Hillary e o seu rival, Donald Trump, diminuiu após a reabertura da investigação pelo FBI. A nove dias da eleição presidencial, uma pesquisa da ABC News/Washington Post divulgada no domingo apontou apenas um ponto percentual de vantagem a Hillary sobre seu oponente republicano — 46% contra 45%. A enquete também incluiu o candidato libertário, Gary Johnson, e a candidata verde, Jill Stein.

Embora as pesquisas continuem prevendo a vitória da ex-secretária de Estado, Trump não perdeu tempo, fazendo um grande alarde neste domingo sobre os novos percentuais.

“Agora estamos liderando em muitas pesquisas, e muitas delas foram realizadas antes que se anunciasse a investigação criminal na sexta-feira”, tuitou o candidato.

‘Insinuações’

O anúncio estava cheio de insinuações, mas sem dados, de modo que instamos Comey a explicar qual é o problema, declarou o chefe da equipe de campanha de Hillary, John Podesta, à rede CNN.

Segundo vários jornais americanos, Comey também foi criticado pelo Departamento de Justiça, ao qual o FBI é subordinado. Ele já havia sido advertido para não quebrar a tradição de não comentar casos publicamente durante as campanhas eleitorais, para não interferir nelas.

Senadores democratas escreveram uma carta a Comey e a sua chefe, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, pedindo que esclareçam antes de segunda-feira à noite se os novos e-mails são pertinentes para a investigação encerrada pelo FBI em julho.

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