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Rei Felipe VI, da Espanha, ao lado da mulher Letizia, durante juramento em Madri | Juan Medina/Reuters
Rei Felipe VI, da Espanha, ao lado da mulher Letizia, durante juramento em Madri| Foto: REUTERS

Humilde

A cerimônia que nomeou o rei Felipe VI não teve pompa. Nenhum integrante da realeza estrangeira ou chefe de Estado foi convidado. Os 2 mil convidados para a recepção no palácio real participaram de coquetel com petiscos e vinho (espumante).

Sangue

Juan Carlos, de 76 anos, que está doente e já passou por várias cirurgias, anunciou em 2 de junho que abdicaria para permitir que sangue novo governasse o país. O Parlamento adotou uma legislação para permitir a transmissão do reinado.

Renúncia

Caminhando com dificuldade com a ajuda de uma bengala, Juan Carlos assinou a lei na noite de quarta-feira, tornando sua renúncia oficial à meia-noite. Juan Carlos não compareceu à cerimônia da última quinta-feira no Parlamento.

Enfeites

Flores vermelhas e amarelas adornavam as ruas na rota por onde passou Felipe e a nova rainha. Helicópteros da polícia sobrevoaram o cortejo e autoridades informaram que 7 mil policiais foram designados para fazer a segurança dos eventos da coroação.

Enquete

Pesquisa realizada neste mês pela Metroscopia mostrou que 62% dos espanhóis querem um referendo sobre a monarquia "em algum momento"; 49% são favoráveis à monarquia com Felipe e 36% querem a república.

Ditadura

Juan Carlos foi bastante respeitado por ter liderado o país após o fim da ditadura militar. Ele chegou ao trono em 1975, dois dias após a morte de Francisco Franco. Com a Constituição de 1978, ele abdicou de todos os poderes, exceto os cerimoniais.

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O rei Felipe VI, de 46 anos, foi coroado ontem com um discurso de "renovação" e de "unidade" no país, em uma celebração à prova de protestos contra a família real.

Com a proibição judicial de uso de símbolos e manifestações pró-república, o clima em Madri foi festivo e favorável ao novo rei.

Ele "jogou em casa", sem torcida adversária, apesar do baixo público em grande parte das avenidas por onde ele e a rainha Letizia passearam num luxuoso Rolls Royce, sob escolta da guarda real.

O discurso no Congresso foi sóbrio, em tom pela "unidade", falando em mudança: "Encarno uma monarquia renovada para novos tempos".

Estabeleceu como "prioridade" a recuperação da economia, cuja fragilidade desgastou a monarquia. "Temos também a obrigação de transmitir uma mensagem de esperança, especialmente aos mais jovens, para a solução de problemas, e, em particular, para a obtenção de emprego."

O pai de Felipe VI, o rei Juan Carlos, de 76 anos, que abdicou do trono, foi discreto. Na companhia na rainha Sofia, surgiu ao lado do filho por alguns minutos na varanda do Palácio Real para saudar as centenas de pessoas que, sob um calor de 30ºC, queriam ver um aceno. Apesar da abdicação, Juan Carlos continuará com o título de rei.

Um dos seu principais desafios será enfrentar o referendo, não reconhecido pelo governo espanhol, de independência da Catalunha, marcado para novembro.

"Quero reafirmar, como rei, minha esperança na unidade da Espanha", disse.

O novo casal real recebeu 2 mil convidados para um coquetel no palácio.

O dia

Monarquistas celebram o novo rei, apesar de protesto pró-república

Depois do aparato que impediu manifestações durante a coroação de Felipe VI, 200 manifestantes pró-república entraram em rápido confronto com a polícia, no centro de Madri.

Ao menos cinco pessoas foram detidas, somando-se a outras três presas antes por tentar algum tipo de protesto antimonárquico durante o percurso do Rolls Royce real.

Enquanto isso, a Praça do Oriente, em frente ao Palácio Real, virou uma grande arquibancada pró-realeza, como queriam as autoridades locais. "Que esse rei dure muitos anos, porque não quero mais passar esse calor esperando um aceno dele", dizia ao pai o jovem Miguel Muñoz, de 15 anos, vindo de Córdoba (Andaluzia) para a coroação.

"Somos monarquistas, e é uma vez na vida que temos a chance de ver o rei de perto. Não creio que o movimento pró-república prospere, não faz sentido para a Espanha", diz o pai de Miguel, José, de 43 anos.

Havia de tudo: jovens, imigrantes e gente mais velha, que viveu a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), anterior ao reinado de Juan Carlos.

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