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Tropas bolivianas começaram a vigiar neste domingo as ruas da cidade amazônica que foi palco de sangrentos choques entre apoiadores e opositores do governo, com quase 30 mortos.

O efetivo militar foi levado a Cobija após ficar acampado no aeroporto local por mais de um dia. As forças foram fazer cumprir o estado de sítio imposto na sexta-feira pelo presidente Evo Morales no distrito de Pando, que tem a pequena cidade como capital.

"(As tropas) saíram do aeroporto à noite e desceram todas as ruas de Cobija. Passaram a madrugada", disse à Reuters o prefeito de Cobija, Luis Flores, ligado ao governo.

Um jornalista que trabalha na cidade fronteiriça com o Brasil disse que o local estava parado, com comércio fechado, e que havia uma presença policial mínima nas ruas.

O repórter acrescentou que o efetivo militar está vigiando um quartel e o aeroporto, após ter realizado algumas operações durante a noite.

A Bolívia é sacudida há três semanas por violentos enfrentamentos entre seguidores de Morales e opositores, que tentam barrar o plano do governo de implantar uma Constituição de caráter socialista, que consolidará a nacionalização da economia e dará mais poder aos indígenas.

A resistência está sendo liderada pelos governadores dos ricos departamentos orientais do país - Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija -, onde os produtores latifundiários também estão em pé de guerra contra a reforma agrária de Morales.

Em meio à onda de violência, os departamentos opositores aceitaram abrir um canal de diálogo com o governo para chegar a um acordo de reconciliação nacional.

No domingo, funcionários do governo se reunirão com o governador do departamento de Tarija, Mario Cossio, que representará a oposição na segunda rodada de conversações.

A União de Nações Sul-Americanas, que inclui a maior parte de líderes da região, fará uma reunião de emergência na segunda-feira, em Santiago, para tratar da situação na Bolívia.

O jornal chileno El Mercurio informou que a presidente chilena, Michelle Bachelet, convocou a reunião após Molares lhe informar que havia um relatório de inteligência sobre a iminência de uma tentativa de golpe para tirá-lo do poder.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no encontro, assim como o líder venezuelano, Hugo Chávez, o principal aliado de Morales.

MAIS MORTOS

O governo quase duplicou a cifra de vítimas fatais na noite de sábado, ao mesmo tempo em que as tropas continuavam encontrando cadáveres em Pando após os choque de quinta-feira entre camponeses que apóiam o governo de Morales e seguidores do governo local.

"Foi reportado que mais 10 corpos foram encontrados (somados aos 15 de quinta-feira). Isso nos dá uma idéia da magnitude do massacre que aconteceu em Porvenir", explicou o ministro do Interior, Alfredo Rada, em entrevista coletiva.

O funcionário acrescentou que a cifra total de mortos já beira os 30.

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